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Capital

Em julgamento, acusada de induzir filho a matar o padrasto alega legítima defesa

Renata afirma que o marido estava a enforcando durante discussão pelo volume do som, quando filho interviu e o mobilizou.

Mirian Machado | 24/04/2019 11:15
Renata durante o julgamento de participação no homicídio qualificado por asfixia (Foto: Mirian Machado)
Renata durante o julgamento de participação no homicídio qualificado por asfixia (Foto: Mirian Machado)

“Ela fez da vida dele um inferno e olha aí o que aconteceu, morreu”, disse bastante emocionada e revoltada Enivalda Rodrigues de Jesus de 55 anos mãe de Cristiano de Jesus Martins, 27 anos morto enforcado pelo enteado de 17 anos em fevereiro de 2018 no Jardim Noroeste. Nesta manhã ocorre o julgamento da esposa de Cristiano Renata Cristina Vicente da Silva, 35 anos, acusada de participação no homicídio qualificado por asfixia.

Em depoimento Renata que agiu em legitima defesa porque o marido queria mata-lá e ressaltou que não incentivou o filho de 17 anos a matar, apenas pediu para que o segurasse até chamar a polícia, diferentemente do que testemunhas relataram a polícia, de que Renata teria falado para filho enforcar o marido e matá-lo.

Durante questionamento do juíz Aluízio Pereira dos Santos, Renata disse que no dia do crime (24 de fevereiro de 2018) o marido, o qual convivia há dois anos, mas moraram juntos há três meses, havia chegado do serviço alterado, bêbado e havia sinais aparente de que estava drogado e foi tomar banho. O filho na época com 17 anos estava no quarto enquanto os dois ficaram bebendo e ouvindo música.

Em seguida ambos começaram a discutir por causa do musica e do volume do som. “Pedi pra ele abaixar o volume porque já tivemos brigas com vizinhos por conta disso, mas ele ficou bravo e não abaixou. Eu fui para o banheiro e em seguida ele veio atrás já me batendo, me socando e me enforcando”, explicou.

Certo momento a mulher teria empurrado a vítima que caiu no chão. “Meu filho escutou a gritaria veio correndo e imobilizou-o com as pernas e braços, mas não tinha visto que ele o segurou no pescoço. Pedi pra continuar segurando que ia chamar a polícia”, contou. “Eu achei que estava fingindo. Quando percebi que ele havia morrido eu só pensava nos meus filhos. Eu estava quase conseguindo a guarda deles de volta”, relata chorando.

A família da vítima não acredita na versão de Renata, que já tem passagens por furto, ameaça e tráfico de drogas. A mulher tem 7 filhos entre 2 anos e 23 anos. Dos menores ela perdeu a guarda.

Local onde o crime aconteceu (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)
Local onde o crime aconteceu (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)

Família - Irmã de Cristiano, Cristielen de Jesus Nantes de 24 anos, disse ao Campo Grande News que o relacionamento dos dois era conturbado, havia muitas brigas e barraco. Ela ainda afirma de que no começo da relação o irmão ainda morava com a família e todos presenciavam as brigas.

“Era muito recente, as coisas dele ainda estavam lá em casa. Ela brigava por tudo, fazia barraco por tudo. Até invadiu a nossa casa uma vez e agora ainda está falando que o filho mais novo é do meu irmão. Nem ele acreditava que esse filho era dele, se não ele teria registrado”, disse.

“Se ele quisesse matar ela, teria matado dentro da minha casa, porque já houve muitas brigas lá e a gente presenciou tudo. Ele nunca encostou a mão nela. Sempre que brigava ele saia de perto”, contou a mãe.

Conforme a justiça, o filho, acusado pelo ato infracional de homicídio foi detido e encaminhado à Unei na época, mas após um acórdão de junho de 2018 foi definido a semi liberdade por prazo indeterminado e pedido que ele tivesse acompanhamento psicologico e psiquiátrico, mas ele não foi encontrado nem se apresentou para o tratamento.

Crime- Testemunhas relataram que enquanto o adolescente lutava com o padrasto, a mãe o incentivava para que enforcasse a vítima até a morte. Além disso, vizinhos contaram que Renata tem problemas com álcool e no fim do ano passado, pouco antes do Natal, perdeu a guarda dos três filhos pequenos após denúncia de abandono.

Renata chegou a ficar presa no Presídio Feminino Irmã Irma Zorzi, mas foi solta no dia 9 de março e responde ao processo em liberdade. A defesa de Renata sustenta a tese de legítima defesa.

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