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Capital

Em meio à operação e 27 anos do PCC, Complexo Penal é retrato da calmaria

Mas a data deixa a segurança pública e o sistema penitenciário em alerta sobre "salve"

Aline dos Santos e Clayton Neves | 31/08/2020 09:08
No entorno da Máxima, a segunda-feira é tranquila e com livre passagem aos pedestres. (Foto: Marcos Maluf)
No entorno da Máxima, a segunda-feira é tranquila e com livre passagem aos pedestres. (Foto: Marcos Maluf)

Silencioso, o Complexo Penitenciário de Campo Grande, no Jardim Noroeste, é o retrato da calmaria na manhã desta segunda-feira (dia 31), em que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) completa 27 anos de criação.

A data deixa a segurança pública e o sistema penitenciário em alerta. Mas hoje não houve nem barulho de batidas nas grades. O cenário de vida normal inclui a livre circulação de pessoas e o cachorro que passeia em frente à guarita do estabelecimento penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima.

Nesta segunda-feira, a PF (Polícia Federal) faz operação contra o PCC, que inclui 85 alvos em Mato Grosso do Sul. Porém, uma possibilidade é que as novas preventivas para presos sejam cumpridas por email.

No entorno do Complexo Penal, vizinhos atestam a calmaria, mas só falam sob a condição de não ter o nome divulgado. A esposa de um preso relata que fez o último contato ontem e estava tudo tranquilo.

Acordado desde às 4h30, um morador de 57 anos disse que sente medo. “Deus me livre se acontece uma rebelião, um tiroteio. Os presos sem visita ficam mais irritados”, diz, lembrando a suspensão de visitantes desde março por conta da pandemia do novo coronavírus.

Cachorro passeia em frente a presídio no Jardim Noroeste. (Foto: Marcos Maluf)
Cachorro passeia em frente a presídio no Jardim Noroeste. (Foto: Marcos Maluf)

Morando desde 1996 no Jardim Noroeste, um homem de 66 anos observa que hoje o bairro é muito mais calmo. “Tinha época que fugia preso adoidado aqui. Mas o PCC é poderoso e o poder público sabe. A lei é a do mais forte”, afirma.

Esposa de um interno da Máxima, preso por sequestro e roubo, conta que falou com o marido ontem e que estava tudo tranquilo. Ela disse que o preso usa um celular emprestado e que acontecem revistas todos os dias. Já a maior reclamação é o veto às visitas.

O Complexo Penitenciário, que reúne 4.715 internos,  é formado pela Máxima, Instituto Penal, Presídio de Trânsito e Centro de Triagem. “Não teve nada de anormal. A gente sempre mantém os cuidados em datas de maior importância para eles e comunica as outras forças [de segurança]. Mas graças a Deus não teve nada de anormal”, afirma o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Aud de Oliveira Chaves.

No sábado (dia 29), o Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) divulgou comunicado aos policiais penais sobre ameaça por integrantes do PCC.

Na sexta-feira, o Campo Grande News mostrou em reportagem ameaças, o “salve”,  da facção criminosa de preparar “o maior derramamento de sangue já visto no País”. Na sexta, o PCC foi alvo da operação Regresso, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

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