Em MS: 70% das comunicações de crime falso envolvem uso de droga, diz delegado
Policial destacou que usuários tendem a procurar delegacia somente após o fim do efeito dos entorpecentes
De acordo com a Defurv (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos), sete a cada dez comunicações falsas de crimes ligados a roubos de veículos também se relacionam ao uso de drogas em Mato Grosso do Sul.
No início desta semana, um homem de 38 anos foi até a polícia e alegou ter sido sequestrado, além de ter o veículo furtado por uma garota de programa. No entanto, a polícia disse que ele é usuário de drogas e alegou o sequestro para justificar o consumo de entorpecentes. Além da comunicação falsa de crime já confirmada pela Defurv, e que prevê pena de um a seis meses e multa, a polícia trabalha com a hipótese de o homem ter negociado o próprio carro com traficantes, enquanto estava sob efeito de drogas.
“Notamos um padrão nesses tipos de casos. Em razão da dependência química, muitas vezes as pessoas consomem o que têm de dinheiro e vendem o carro, celular e a bicicleta”, destacou nesta sexta-feira (26), o delegado Caio Henrique Jeronymo Macedo.
Ao Campo Grande News, ele disse que neste tipo de crime, é comum que os envolvidos repassem o carro ou a moto a um traficante como forma de pagamento, justamente por necessidade de consumir droga.
Em contrapartida, no dia seguinte, quando recuperam a consciência do que fizeram, alegam que foram roubados ou furtados. Entre 2021 e 2022, o Anuário Brasileiro da Segurança Pública apontou um número superior de ocorrências de furto de veículo em relação ao número de roubos de veículos em todo o Estado. Ao longo dos dois anos, foram 947 ocorrências por roubo enquanto foram registradas 6.322 ocorrências por furto.
Conforme a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), em 2023, 230 veículos foram alvos de ações de roubo ou furto em Mato Grosso do Sul, sendo 208 casos de furto e 22 roubos. Quanto ao ocorrido, Caio Macedo disse que o carro foi na última segunda para Corumbá e sequer retornou para Campo Grande.
Quanto ao fato de ser usuário de drogas, a polícia diz que as contradições do homem levam a crer que a entrega do carro foi voluntária. “Caso houver apropriação indébita por parte da mulher, ela vai responder criminalmente. Precisamos localizar ela para esclarecer se de fato ele não quis entregar o carro, ou se ele negociou”, disse o delegado, que acredita que a mulher também seja usuária de drogas.
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