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Capital

Em nova confusão em reduto de estudantes, PM usa gás e prende dois

Nyelder Rodrigues | 05/03/2016 01:20
Rua em frente ao bar já foi palco de outras intervenções da PM semelhantes a de hoje (Foto: Nyelder Rodrigues)
Rua em frente ao bar já foi palco de outras intervenções da PM semelhantes a de hoje (Foto: Nyelder Rodrigues)

Mais uma vez o início da rua Trindade, na Vila Ieda - região sul de Campo Grande - foi palco de confusão após a PM (Polícia Militar) intervir para acabar com a aglomeração de estudantes e outros jovens em frente a dois bares do local. Duas pessoas foram presas e foi necessário o uso de gás para dispersar as pessoas dali.

Por volta das 23h, os policiais foram acionados por vizinhos por causa do som alto e aglomeração de pessoas que chegava já invadia à rua. Cerca de 20 homens do BPChoque (Batalhão de Polícia Militar de Choque) e 10º BPM (Batalhão de Polícia Militar) participaram da ação. Cinco viaturas foram deslocadas para a ocorrência.

De acordo com um dos comandantes da ação, o capitão Felipe Soares Malhada, do 10º BPM, foi necessário o uso do gás e balas de borracha porque o pedido de saída do local não foi acatado, fazendo com que os militares fossem obrigados a agir assim. "Os sóbrios saem, mas os que estão bêbados querem enfrentar os policiais", frisa.

Porém, há relatos de estudantes, que pediram à reportagem para permanecer em anonimato, afirmando que não houve diálogo antes da ação. "Já chegaram soltando gás para tudo que é lado. Precisa disso?", argumenta um deles.

Alguns estudantes foram impedidos de fazer gravações com seus telefones celulares, enquanto um grupo de garotas afirma que foram agredidas com spray de pimenta sem mesmo terem sido hostis com a o policiamento.

Foto enviada à redação mostra atendimento do Samu a jovem que, após jogar pedra em viatura, caiu ao fugir do local (Foto: Direto das Ruas)
Foto enviada à redação mostra atendimento do Samu a jovem que, após jogar pedra em viatura, caiu ao fugir do local (Foto: Direto das Ruas)

Na rua, a vizinhança reclama da situação. "Meu marido está doente e somos obrigados a aguentar isso tudo. Já fizemos de tudo, assinamos abaixo assinado e esperamos que agora o Ministério Público consiga resolver isso", disse a moradora Vilma da Glória, 50, ainda exaltada após o ocorrido.

Prisões - O primeiro preso foi um rapaz que atirou uma pedra contra a viatura da PM, trincando o parabrisa da mesmo. Logo após o fato, ele correu, mas cerca de 50 metros depois caiu e bateu a cabeça, sendo necessário atendimento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

O rapaz foi levado para uma unidade de saúde para receber o tratamento médico necessário. Policiais o acompanharam a viatura, para conduzi-lo posteriormente para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Piratininga. O nome do rapaz não foi revelado pela PM.

Outro jovem, também não identificado, foi preso já quando a confusão estava no fim. Ele questionava a ação, classificando-a como truculenta, e então foi abordado pelos policiais do Choque, sendo detido por recusa de dados (quando se recusa a falar o nome ou apresentar RG), desobediência e resistência. Ele também foi para a Depac Piratininga.

Há cerca de um mês e meio, o MPE (Ministério Público Estadual) abriu investigação para apurar a situação em frente aos bares do início da rua Trindade, próximo ao viaduto que dá acesso ao estádio Morenão e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Há um ano, o local foi palco de confusão semelhante entre PM e estudantes.

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