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Capital

Em protesto organizado no Facebook, alunos apoiam greve na educação

Caroline Maldonado e Leonardo Rocha | 27/05/2015 11:02
Estudantes disseram que a manifestação não tem apoio de entidades ou políticos (Foto: Simão Nogueira)
Estudantes disseram que a manifestação não tem apoio de entidades ou políticos (Foto: Simão Nogueira)

Cerca de 100 estudantes da rede estadual de ensino estão em frente a governadoria com cartazes e faixas, desde as 9h30. Eles gritam “professor amigo, mexeu com ele, mexeu comigo” e pedem que o governo atenda a reivindicação dos educadores, que pedem reajuste salarial de 10% e fazem greve a partir de hoje (27). O protesto, organizado pelo Facebook, foi intitulado de “Operação Respeito aos Professores” e tem alunos de várias escolas.

Eles também carregam faixas com os dizeres “Governo cumpra a lei” e “Alunos e professores pela educação”. No início da manhã, os alunos se reuniram na Praça do Rádio Clube e foram de ônibus circular para o Parque dos Poderes. Segundo os adolescentes, a manifestação começou com um grupo de dez alunos da Escola Estadual Joaquim Murtinho. Eles lançaram a proposta em grupos do WhatsApp e enviaram a alunos de outras escolas. Em seguida, os adolescentes organizaram o protesto de hoje pelo Facebook.

A estudante do 3º ano do ensino médio, Katline Lorrane, 17 anos, é uma das organizadoras. Segundo ela, o grupo quer que o governo atenda os professores para que a greve termine, pois a reposição de aulas prejudica ambos. “Queremos aulas, não queremos ficar em greve, por isso estamos requisitando que o governo atenda os professores e cumpra a lei, pagando o reajuste. A greve, nesse momento, só atrapalha os alunos, principalmente os que estão fazendo terceiro ano e vão fazer Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)”, disse.

Essa pode ser só a primeira manifestação se o governo não conceder o reajuste, segundo Katline. Os estudantes fizeram questão de deixar claro que não houve apoio de entidades ou políticos para essa manifestação. “É uma iniciativa nossa”, disse a estudante do 3º ano, Suelen Duarte, 15 anos.

A estudante Suelen Duarte, 15 anos, quer o cumprimento da lei que garante os direitos dos professores (Foto: Simão Nogueira)
A estudante Suelen Duarte, 15 anos, quer o cumprimento da lei que garante os direitos dos professores (Foto: Simão Nogueira)

Questionada sobre um possível acordo entre educadores e governo, Suelen foi categórica. “A gente quer que o governo cumpra a lei e dê os direitos dos professores”, disse. Os adolescentes disseram que não têm pretensão de conversar com alguém do governo, apenas permanecem no local para manifestar o apoio ao educadores.

Reivindicação – Os professores recusaram proposta do governo de receber reajuste de 4,37% em outubro e a integralização do Piso Nacional do Magistério até 2022. Eles querem 100% do piso até 2018.

O Governo do Estado reiterou, em nota à imprensa, que paga o piso nacional para os professores, inclusive, 38,84% acima do valor. Enquanto o piso nacional é de R$ 1.917,78, o Estado repassa R$ 2.662,82. Mas, de acordo a administração estadual, 99,67% dos profissionais têm curso superior e recebem em média R$ 5.561,90 para carga horária de 40 horas semanais.

Neste primeiro dia de greve, algumas escolas estão fechadas, mas outras funcionam normalmente, em Campo Grande. Segundo a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), 75% das 365 escolas fecharam no Estado.

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