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Política

Reinaldo vê "politização" em greve e destaca conquistas de professores

Lidiane Kober | 25/05/2015 17:34
Reinaldo ainda acredita em diálogo para evitar a greve (Foto: Fernando Antunes)
Reinaldo ainda acredita em diálogo para evitar a greve (Foto: Fernando Antunes)

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vê “politização” na decisão da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) de iniciar greve, a partir de quarta-feira (27), nas escolas estaduais. Para ele, não há entre os professores “ambiente” para paralisar. Neste sentido, avalia que entidades sindicais e até partidos políticos estariam insuflando a greve.

“Infelizmente, estão querendo politizar essa questão, como é um ambiente nacional, ligando muitas vezes à CUT (Central Única dos Trabalhadores), ao PT, de querer politizar e nós vamos continuar tratando os professores com responsabilidade”, disse Reinaldo, em agenda pública na Assembleia Legislativa, na tarde desta segunda-feira (25).

Com a decisão de paralisação, Mato Grosso do Sul é o último Estado, governado pelo PSDB, a enfrentar greve no País. A medida local acompanha movimentos que já acontecem em São Paulo, Paraná, Pará e Goiás. Santa Catarina, Pernambuco e Sergipe também enfrentam greve, mas não são administrados por tucanos.

No entanto, segundo Reinaldo, “ninguém fez, até agora, o que Mato Grosso do Sul fez”. “Que foi dar reajuste de 13,01%, a partir de janeiro e mais 4,34%, a partir de outubro”, ressaltou. Ele ainda exaltou proposta de dobrar o salário até 2022.

Mato Grosso do Sul paga o piso nacional para os professores, paga, inclusive, 38,84% acima do valor. Enquanto o piso nacional é de R$ 1.917,78, o Estado repassa R$ 2.662,82. Mas, de acordo com o governo, 99,67% dos profissionais tem curso superior e recebem em média R$ 5.561,90 para carga horária de 40 horas semanais.

Os professores, porém, cobram o piso por 20 horas de trabalho, em conformidade com a lei 4.464. “Baixamos um decreto negando vigência a essa lei, porque é uma lei praticamente impossível de ser praticada e a Justiça pode decidir, porque ela (a lei) fere dois princípios: a questão da constitucionalidade e principalmente a lei de responsabilidade fiscal”, rebateu o governador. De acordo com a lei, a partir deste ano até 2018, o salário deveria dobrar.

Sem clima – Apesar da decisão de greve, Reinaldo ainda acredita no diálogo. Para ele, não há entre os professores clima para paralisar. “Nós sabemos que ali estão politizando, se você tiver conversa com os professores, você vai ver claramente que não existe ambiente, porque o Mato Grosso do Sul já paga o terceiro maior piso do país”, disse.

O governador demonstrou-se ainda mais confuso com a decisão ao lembrar de declaração do presidente da Fetems, Roberto Botarelli, que disse à imprensa que a categoria está “em uma situação um tanto privilegiada”. “Então, não entendi o espírito de greve”, reforçou. Botarelli é filiado ao PT e chegou a ser cogitado para concorrer a vice-governador na chapa do senador Delcídio do Amaral (PT), nas eleições do ano passado.

“Não tem que partidarizar essa questão”, apelou o governador. “Acho que a greve, quem esta propondo, tem que ter consciência do momento, teve uma proposta viável de dobrar, que Estado propôs isso?”, indagou. “Tudo bem que é greve é de direito, mas prejudicaria o todo, ainda mais nesse momento de crise, nós vimos, na sexta, um dos maiores cortes da União, mas nós vamos continuar dialogando”, finalizou Reinaldo.

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