Empresas a serviço da prefeitura são flagradas em descarte irregular de entulho
Dois motoristas, um engenheiro e o fiscal de trecho, que seria servidor municipal, foram detidos
Empresas terceirizadas da Prefeitura de Campo Grande foram flagradas descartando entulhos em uma rua do bairro Noroeste. Dois motoristas, um engenheiro e o fiscal de trecho, que seria servidor municipal, foram detidos para esclarecimentos. Os restos de construção seriam usados para aterrar a via.
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Empresas terceirizadas da Prefeitura de Campo Grande foram flagradas pela Polícia Militar Ambiental realizando descarte irregular de entulhos no bairro Noroeste. Dois motoristas, um engenheiro e um fiscal municipal foram detidos durante a operação, que resultou na apreensão de dois caminhões e uma pá carregadeira. Os materiais descartados, que incluíam restos de construção civil, estavam sendo utilizados para aterrar uma via sem a devida documentação ou controle ambiental. A prática representa riscos de contaminação do solo e águas subterrâneas, além de favorecer a proliferação de animais indesejados.
O flagrante foi feito pela PMA (Polícia Militar Ambiental) após denúncia anônima. O tenente-coronel José Carlos Rodrigues, comandante da PMA, explicou que os motoristas, ao realizarem o descarte, não possuíam documento que permite o transporte de resíduos sólidos.
“Começamos a apreender os veículos e, nisso, chegou também o fiscal da prefeitura, dizendo que aqueles resíduos eram da prefeitura e que a prefeitura determinava que fossem encaminhados para algum lugar, para tapar um buraco. Como também não havia documentação e ele apareceu no local, juntamente com o engenheiro do transporte, foi dada voz de prisão a todos”, contou.
Os materiais que estavam sendo usados no aterramento da rua eram resíduos de construção civil, como restos de alvenaria, concreto, tijolos, argamassa endurecida, fragmentos de cerâmica, recipientes plásticos, ferragens e materiais plásticos. Entretanto, esses materiais, de forma bruta, sem análise ou controle ambiental, representam riscos de contaminação do solo.
Tais itens podem conter materiais tóxicos que se infiltram no solo, contaminam as águas subterrâneas e aumentam a possibilidade de proliferação de insetos, roedores e animais peçonhentos. Segundo registro policial, o fiscal da prefeitura informou que desconhecia tal impedimento.
Dois caminhões e uma pá carregadeira foram apreendidos e a ação faz parte de uma ofensiva da PMA contra a prática de descarte irregular. Ontem, representantes do batalhão se reuniram com o promotor de Justiça, Luciano Loubet, para tratar da fiscalização do transporte de RCC (Resíduos da Construção Civil) e de resíduos volumosos.
“A correta fiscalização contribui para evitar impactos negativos, como a obstrução de sistemas de drenagem, a degradação do solo e o acúmulo irregular de resíduos em áreas urbanas, assegurando, assim, a preservação ambiental e a qualidade de vida da população de Campo Grande”, cita trecho da nota sobre o encontro.
Segundo Rodrigues, somente na semana passada, três caminhões foram apreendidos por essa prática. “Estamos recebendo muitas denúncias de descarte irregular de resíduos sólidos. O que acontece? Os caminhões coletam resíduos sólidos da construção civil e estão descartando às margens das rodovias, em terrenos baldios, quando deveriam levar para um aterro sanitário autorizado pela prefeitura”, afirma, lamentando o que chamou de “conivência” do fiscal municipal com a irregularidade.
A reportagem enviou questionamento à Prefeitura de Campo Grande e aguarda retorno.
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