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Capital

Enersul "virou bagunça” e demite sem justificativa, acusa sindicato

Bruno Chaves | 12/07/2013 11:48

Os últimos meses na Enersul foram de "bagunça", resume o presidente do Sinergia-MS (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia do Estado), Elvio Marcos Vargas. Segundo ele, desde o fim do ano de 2012, quando a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) colou as empresas do Grupo Rede Energia sob intervenção, demissões sem justificativas de trabalhadores começaram a ser realizadas pelos interventores.

“Os interventores têm práticas que não condizem com o que a gente esperava deles. Quando eles chegaram à Enersul, falaram para nós que não tinham como negociar com o sindicato porque não tinham autonomia”, disse.

No entanto, com o passar dos meses, Elvio lembrou que a empresa começou a demitir funcionários que não “interagiam” com os novos administradores. “No lugar desses trabalhadores, eles começaram a colocar pessoas indicadas. Uma espécie de contratações políticas”, disse.

“Os interventores vieram para moralizar e não vimos moralização. Trabalhadores normais, que não fizeram nada errado, trabalhavam, produziam e, de repente, eram mandadas embora”, conta. Por isso, para os trabalhadores é melhor que a venda do Grupo Rede seja concretizada o quanto antes, assegura o presidente do sindicato.

A justificativa para isso, segundo o presidente, é o fato de que os interventores da empresa “vieram de uma época de estatal e estão se sentido em casa”.

Com o anúncio de que o Grupo Energisa assinou compromisso de comprar a Rede Energia, que controla a Enersul e outras sete distribuidoras do Centro-Oeste e Norte, a expectativa é de que as reclamações tenham fim.

Interventores – Em 2012, com a intenção de que a prestação dos serviços da Enersul fosse continuada e que a distribuidora de MS não passasse por problemas verificados em outras distribuidoras do grupo Rede Energia, a Aneel nomeou Jerson Kelson como interventor da empresa. A dívida do Grupo Rede Energia gira em torno de R$ 6 bilhões.

Kelman nomeou três diretores para a distribuidora de energia elétrica no Estado. As nomeações ocorreram em setembro do ano passado e os mandatos deles irão durar enquanto a intervenção existir.

O advogado Márcio Pina Marques foi nomeado para o cargo de diretor jurídico e regulatório. O administrador de empresas Paulo Roberto Zibetti Jorge foi posto no cargo de diretor administrativo e financeiro; e o engenheiro eletricista Mário Guilherme Romano, foi indicado como diretor operacional da companhia.

Venda da Companhia – Um compromisso de compra e venda do Grupo Rede Energia foi assinado ontem (11) entre o controlador da Rede, Jorge Queiros de Moraes Junior, e o Grupo Energisa, que surgiu em Minas Gerais e possui cinco distribuidoras no Brasil.

O juiz da 2º Vara de Falências e Recuperações de São Paulo, onde o processo tramita, ainda precisa homologar o acordo para que a transferência da Rede seja efetivada. Mesmo assim, o compromisso de compra e venda aparece como uma solução para a recuperação judicial da Rede, que teve início em 2012 e quase terminou em falência na última semana por causa de impasses entre credores e controladores da Rede.

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