Engenheiro passa 3h de “desespero” rodando a cidade com bandidos
“Pensei que ia morrer”, conta vítima após conseguir se livrar de assaltantes
Um engenheiro civil, de 28 anos, passou três horas “de desespero” rondando ruas de Campo Grande com dupla de criminosos após ser sequestrado em frente à casa da irmã, no Residencial Oiti, por volta das 3h desta segunda-feira (14). Os bandidos conseguiram fazer com que ele sacasse R$ 300 em caixa eletrônico e o abandonaram em rua próxima à Avenida Zahran, trancado em porta-malas.
“Pensei que ia morrer”, disse o rapaz ao Campo Grande News em frente à delegacia onde foi registrar boletim de ocorrência.
A vítima mora em São José do Rio Preto (SP) e conta que passou o fim de semana em Campo Grande com a namorada. Por volta das 3h, saiu da casa dela, em condomínio no Bairro Tiradentes, pegaria a irmã para que os dois voltassem à cidade do interior de São Paulo. Mas, antes que pudesse avisar a jovem que havia chegado para buscá-la, foi abordado por dois bandidos.
A dupla entrou no veículo e obrigou o rapaz a dirigir. “Falavam que estavam armados, mas não cheguei a ver”, narra o engenheiro.

O rapaz tem o costume de compartilhar via WhatsApp a localização em tempo real com a namorada. Por sorte, os bandidos demoraram a desligar o celular dele. O casal havia combinado que ele voltaria à casa da moça para lhe entregar uma bolsa e ela desconfiou quando o namorado começou a fazer caminho completamente estranho.
Ela ligou para a irmã do engenheiro e soube que ele não havia buscado a jovem ainda. Foi quando a família desconfiou e avisou a Polícia Militar. “Eu tremia, não conseguia ficar em pé, achei que ele seria morto. Foram umas 3 horas de desespero”, relata a namorada.
Nesse meio tempo, segundo a vítima, os bandidos passaram por vários locais onde poderiam haver caixas eletrônicos – ruas Dom Aquino e 13 de Maio, avenidas Mato Grosso e Eduardo Elias Zahran. “Quando a gente passava por algum posto de combustíveis me mandavam diminuir para ver se achavam um caixa 24 horas. Em outros momentos me mandavam correr. Cheguei a dirigir a 120, 140 km por hora. Falavam o tempo todo que iam me matar, que iam levar meu carro [um Hyundai HB20] para vender em Ponta Porã”.
O engenheiro se lembra de ter passado ao lado de uma viatura da Polícia Militar, mas não esboçou reação. “Disseram: ‘se você fizer algum sinal, a gente vai te estourar’”.
O sufoco só terminou depois que os bandidos conseguiram fazer o rapaz sacar R$ 300 em caixa de supermercado na Mato Grosso, brigaram entre si e decidiram abandonar a vítima com o carro. A dupla mandou o engenheiro entrar no porta-malas do veículo. Ele segurou a chave e os bandidos o trancaram para dentro sem tem como abrir o carro depois. Foi quando fugiram a pé com o dinheiro, celular e relógio da vítima.
Segundo o rapaz, os dois criminosos beberam pinga e usaram drogas o tempo todo. Talvez por isso não tenham percebido “o detalhe”. Com a chave, o rapaz esperou algum tempo, destravou o carro por dentro e mesmo sem o GPS, conseguiu encontrar o caminho de volta para a casa a namorada.
O sequestro “relâmpago” foi comunicado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada).