Enquanto uns enfrentam fila, outros ignoram prêmio de R$ 105 milhões
O sorteio da Mega-Sena que corre na noite desta quarta-feira (19) pode pagar o maior prêmio do ano e o sétimo maior da história do concurso. Os R$ 105 milhões são sonho de consumo de muitos que enfrentam horas na fila das lotéricas, mas por incrível que pareça há quem ignore a bolada.
O primeiro concurso do mês de fevereiro começou com R$ 10 milhões, mas os sorteios acumularam outra duas vezes e agora a estimativa é de mais de R$ 100 milhões. Os apostadores têm até às 18 horas de hoje para registrar as apostas. O sorteio será às 19 horas em Crato (CE).
Auriosvaldo da Silva Gonçalves tem 51 anos e é um exemplo de apostador fiel. Há mais de duas décadas ele aposta toda a semana, mas nunca foi agraciado com quantias maiores do que R$ 5.
“Eu nunca perdi a esperança, toda semana faço minha fezinha, mas é claro que a gente chega em um momento que acredita bem menos que pode ganhar”, desabafa.
Mesmo vivendo um momento difícil depois de ter sido mandado embora do emprego, Auriosvaldo reservou uma pequena quantia do seguro-desemprego para registrar os números da sorte. “Já joguei hoje cedo e tenho o sonho de investir todo esse dinheiro em imóveis e viajar esse país inteiro”.
Diferente dos que acreditam e não deixam de apostar com frequência, estão aqueles que jogam uma ou outra vez na vida e outros que se recusam a registrar um jogo sequer, mesmo que o gasto seja de R$ 2.
A aposentada Cirene Souza Queiroz, de 85 anos, fez um jogo simples hoje. Ela acredita nos números escolhidos, mas admite que essa seja a segunda aposta feita na vida. “Na verdade eu nunca joguei, ou melhor, acho que joguei uma vez há muitos anos. Eu fiz hoje porque estava pagando umas contas e aproveitei”, explica.
Mas há aqueles que enfrentam as longas filas para pagar contas, depositar dinheiro ou sacar benefícios e ignoram a chance milionária. “Eu acho que nunca vou ganhar então nem aposto. Fico vendo esse pessoal jogando direto e acho legal, mas na verdade é muito difícil”, conta o vendedor Luiz Alencar Silva, de 35 anos.
Nas lotéricas mais movimentadas do centro de Campo Grande, a manhã é tranquila. As filas não são tão longas quanto as registradas na época da Mega da Virada, no fim do ano passado. A expectativa do gerente Evaldo José de Lima, que comanda uma agência na Rui Barbosa, é que o movimento aumente no fim do dia.
Contas – Habituais de épocas de prêmios altos, as contas que simulam no que o apostador pode gastar a bolada não podem faltar. Em um rápido levantamento, os números chamam a atenção.
Quem quiser gastar os R$ 105 milhões para comprar um carro comum de passeio como o Fiat Palio ano 2014, poderá ter 4.340 carros na garagem. Mas se o sonho for um veículo de luxo, como o Hiunday Azera, o sortudo poder comprar 955 veículos.
Casas e apartamentos de luxo também estão entre os desejos dos apostadores. Se a vontade for uma cobertura em condomínio no bairro Carandá, por exemplo, o sortudo pode adquirir mais de 60 imóveis nesse estilo.
