Estudante é indiciado por homícidio doloso da namorada em acidente

A Polícia Civil encaminha nesta sexta-feira (17) à Justiça a conclusão do inquérito sobre a morte da estudante Bárbara Bárbara Wsttany Amorim Moreira, 21 anos, vítima de acidente automobilístico no sábado (11), na Rua 11 de outubro, no Bairro Cabreúva. O namorado dela, o estudante de Educação Física Ricardo França Junior, 24 anos, está preso preventivamente por homicídio doloso.

As apurações indicaram que o veículo que ele dirigia estava a mais de cem quilômetros por hora quando aconteceu a tragédia.

Ricardo, segundo o auto de prisão, estava alcoolizado, desobedeceu a sinalização, ao não respeitar o pare, e ainda trafegava em velocidade “muito acima” da estabelecida na via.

Responsável pelo inquérito, o delegado Ricardo Meirelles Bernardinelli da 1ª Delegacia de Polícia Civil, no Centro, manteve o entendimento do colega que fez a prisão do motorista, Antonio Ribas Junior, e acrescentou elementos diante das diligências da semana.

Para a autoridade policial, ao infringir três regras do trânsito, o jovem assumiu o risco de produzir o resultado trágico. Meirelles afirmou ao Campo Grande News que ao longo desta semana foi capaz de produzir conjunto probatório suficiente para a convicção de crime doloso.

Além do vídeo divulgado no dia, que mostra a capotagem do veículo após bater no muro de residência na Rua 11 de Outubro, foram localizadas imagens de outros ângulos, desvendando a dinâmica do acidente fatal.

Também foi comprovada a compra de cerveja pelo casal e o fato de estarem ingerindo bebida antes do trajeto fatal.

Testemunhal - A embriaguez foi constatada, explicou o delegado, com os depoimentos de integrantes das forças de segurança e de socorro que estiveram no local.  Vizinhos ao local também foram ouvidos.

No dia do acidente, Ricardo foi levado para a Santa Casa de Campo Grande e não prestou depoimento, porque estava sob efeito de medicação, desacordado. Ele não teve ferimentos graves.

Ficou sob escolta até receber alta, na segunda-feira cedo (dia 13), quando passou por audiência de custódia, na qual a prisão foi mantida pelo plantonista, Albino Coimbra Neto.

O juiz deu prazo de 48h para a defesa apresentar exame de sangue, o que não aconteceu, segundo apurado.

O advogado dele, João Ricardo de Oliveira, informou que vai entrar com pedido de revogação da prisão preventiva ao juiz do caso, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Ele defende que o cliente tem condições de responder em liberdade, submetido a algum tipo de medida restritiva de direito, como a proibição de consumir bebida alcoólica.

Um dos argumentos do defensor é o fato de a família da vítima, a quem Ricardo conhecia há 8 anos, ter defendido em carta a liberdade dele.

Ricardo França Junior está no Presídio de Trânsito, no complexo penal da saída para Três Lagoas.  Ainda não recebeu visitas, por causa da pandemia de novo coronavírus.