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Capital

Falta d’água na região do Segredo é problema frequente, dizem moradores

Queixa há dez anos, moradores de dois bairros na região reclamaram de dificuldade neste domingo (24)

Ronie Cruz | 24/02/2019 19:10
Moradores dos bairros Jardim Campo Novo e Jardim Presidente reclamam que já faltou água até para tomar banho. (Foto: Ronie Cruz)
Moradores dos bairros Jardim Campo Novo e Jardim Presidente reclamam que já faltou água até para tomar banho. (Foto: Ronie Cruz)

Este fim de semana foi mais um vivido com transtornos por causa da falta de água na região do Segredo em Campo Grande. Moradores dos bairros Jardim Campo Novo e Jardim Presidente reclamam que há pelo menos dez anos vivem o drama em suas casas, principalmente nos fins de semana e feriados.

A queixa é ouvida principalmente por quem mora na rua Brazzaville no Jardim Campo Novo, uma rua sem saída pelos dois lados que só pode ser acessada pelo cruzamento com a rua Joanesburgo. A rua abriga cerca de 50 famílias. Donas de casa de algumas delas tiraram um tempo na tarde deste domingo (24) para falar com a reportagem do Campo Grande News. O clima entre elas é de insatisfação, afinal são elas que mais sentem o problema na hora de cuidar das tarefas domésticas, como cozinhar e lavar a roupa, além do próprio consumo.

Dona Raquel diz que ora a água vem pouca e ora não vem (Foto: Ronie Cruz)
Dona Raquel diz que ora a água vem pouca e ora não vem (Foto: Ronie Cruz)

Mais cedo os moradores queixam que ficaram sem água a manhã toda, assim como na manhã de sábado (23). A dona de casa Raquel Coelho da Silva, 52, uma espécie de porta-voz da vizinhança, disse que ligou para a Águas Guariroba para reclamar o retorno do problema e nas duas vezes o problema foi solucionado após visita de funcionário da Águas Guariroba à região. Raquel disse ter visto o funcionário abrir a tampa de metal do encanamento em uma rua próxima, mas o problema, segundo ela, é que a solução nunca é definitiva. A distribuição neste domingo, por exemplo, foi normalizada na hora do almoço.

“A gente liga e eles falam que não está havendo nenhuma manutenção no momento e que vão ver o que está acontecendo. [Eu acho que] eles estão desligando a água. Às vezes a gente liga na ouvidoria da empresa e eles vêm aqui, tiram foto do hidrômetro e querem medir a pressão da água, mas que água se não tem?”, questionou Raquel. “Falaram que tem que ter caixa. Mas a minha caixa caiu com o vento e rachou. Só que nós pagamos pela água e temos direito a esse benefício”, acrescentou dizendo que até já dormiu sem tomar banho por causa do problema.

Seo Adelson disse que a maior preocupação é com os netos pequenos (Foto: Ronie Cruz)
Seo Adelson disse que a maior preocupação é com os netos pequenos (Foto: Ronie Cruz)

Na casa do Seo Adelson Delfino Brandão, 52, a preocupação é com os netos pequenos. “Quando ligo lá eles dizem que só aqui em casa que não tem água, sendo que todo mundo reclama. O ar passa muito pelo encanamento e tem dia que a gente vai fazer janta dez da noite esperando a água voltar. Já pensamos até em até buscar água na nascente do córrego Segredo para beber e dar banho nas crianças”.

Seo Adelson acredita que o problema esteja relacionado com a pressão. “A pressão da água vem da parte de baixo do bairro e o lado de cima da rua sempre demora mais pra voltar. A água não tem pressão. A gente liga lá eles vem e resolvem, mas o problema sempre volta”.

Dona Edenir queixa que viu o preço da água subir, mas o problema não foi resolvido. (Foto: Ronie Cruz)
Dona Edenir queixa que viu o preço da água subir, mas o problema não foi resolvido. (Foto: Ronie Cruz)

Os moradores já estão imaginando alguma estratégia para o próximo fim de semana de carnaval, quando imaginam que o problema pode voltar. Pensam até em lavar a roupa de forma adiantada. Os transtornos por causa da distribuição problemática de água ‘dói’ no bolso de quem viu o preço da água subir nos últimos meses, como a aposentada Edenir Santos Ramos, de 63 anos, que mora em uma casa na mesma rua com o neto de 13 anos.

“Antes a fatura da água vinha num total de R$ 35 e R$ 36. Agora vem R$ 56 e R$ 57. E faltando fim de semana. Mas a casa fica praticamente fechada. A gente passa a semana toda na chácara, onde lavo roupas. Não aumentei o gasto água aqui em casa”, afirmou.

O atendente de farmácia Silvio Gomes da Cruz diz que recebe vários clientes reclamando do problema. (Foto: Ronie Cruz)
O atendente de farmácia Silvio Gomes da Cruz diz que recebe vários clientes reclamando do problema. (Foto: Ronie Cruz)

Os moradores afirmam já ter faltado água por até três dias seguidos. Há oito anos, eles chegaram a fechar a rua em protesto contra a falta d’água. Silvio Gomes da Cruz, 53, que é presidente do Conselho Comunitário da região do Segredo desde 2000, trabalha como atendente em uma farmácia na rua de cima. Ele diz que vários clientes chegam para se queixar. “Sábado e domingo são os dias que o pessoal mais fica em casa e são justamente nesses dias que eles ficam sem água. A gente reclama por ofício, mas o pessoal deixa a desejar”.

Retorno - A Águas Guariroba, responsável pela distribuição de água em Campo Grande, informou por meio de sua assessoria de comunicação que, mesmo trabalhando em regime de plantão neste domingo, enviou uma equipe para verificar o problema nos dois locais citados nesta reportagem. Além disso, a empresa vai apurar as demais reclamações dos moradores.

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