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Capital

Família defende autor de tiro e diz que doença cardíaca levou pastor à morte

Vítima passou por procedimento cirúrgico há um ano que resultou na colocação de 4 pontes de safena e desde então estava debilitado, alega a família.

Liniker Ribeiro | 04/03/2019 17:52

Para a família do pastor Nelson Kreulich, atingindo por tiros de espingarda durante a caça a javalis, a saúde debilitada da vítima foi a real causa da morte na noite de ontem na Santa Casa de Campo Grande, não a bala disparada pelo próprio filho. Segundo a nora do pastor, o laudo da morte aponta que a vítima sofreu uma parada cardíaca durante a cirurgia de retirada das balas, que ficaram alojadas no corpo.

“A bala pegou em algumas partes do corpo dele, mas não afetou nenhum órgão. Há um ano ele fez uma cirurgia muito grave, para colocação de 4 pontes de safena. Por isso acabou sofrendo uma parada cardíaca durante a cirurgia de ontem. Só deu tempo de retirar uma das balas”, argumenta a esteticista Ellen Kreulich, de 38 anos, nora de Nelson.

Ellen, que é casada com Anderson Kreulich, filho da vítima e autor dos disparos que atingiram o pai, garante ainda que Nelson estava consciente e chegou a conversar com a equipe policial e com a família, após o acidente, que aconteceu por volta das 9h de domingo. De acordo com o boletim de ocorrência, o óbito foi registrado por volta das 17h30, já no hospital de Campo Grande.

A esteticista contou que o marido "continua em estado de choque" e acompanha abalado o velório realizado na Capela Municipal de Bandeirantes. “Está a todo tempo cuidando da mãe e do irmão”, reforçou. Ela se esforça para minimizar a responsabilidade do marido sobre a morte. Diz que, um dia antes do acontecido, Nelson chegou a relatar preocupação com o coração para a esposa. “Bem, a máquina está parando”.

O pastor, que também era empresário e atuava no ramo de medicamentos naturais, havia ido para a fazenda onde tudo aconteceu um dia antes, no sábado. De acordo com a nora, o casal trabalhava na colheita de ervas, quando Nelson apontou preocupação. “Minha sogra até pediu para que ele se deitasse na rede, mas ele não ficou muito tempo e logo voltou a ajudar no trabalho”.

Na manhã dos disparos, a família chegou a deixar o local, mas voltou após pedido do pastor. “Ele ainda orientou todo mundo para não acertar ninguém, ele mesmo já tinha passado por uma situação assim no passado, quando acabou atingindo um amigo durante a caça”, revelou Ellen.

Nelson foi atingido ao entrar na mata para tocar a manada e após se abaixar entre o mato. Segundo relatado pela vítima à polícia, ao perceber uma movimentação no mato, o filho atirou tentando acertar os javalis, mas acabou baleando o pai com uma espingarda tipo cartucheira. Nelson foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa com perfurações no braço, antebraço, tórax, coxa e pescoço.

A vítima foi estabilizada em uma unidade de saúde de Bandeirantes e transferida para a Santa Casa da Capital. A Polícia Civil segue investigando o caso, que foi registrado como porte ilegal de arma de fogo, homicídio culposo e lesão corporal culposa. O enterro será na manhã desta terça-feira, no Cemitério Municipal de Bandeirantes.

 

 

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