ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Família denuncia negligência com gestante de 15 anos e morte de bebê no HR

Entre choro e revolta, Elizabeth Aparecida Pinto Barbosa também reclama o corpo da neta

Aline dos Santos e Mirian Machado | 06/07/2019 13:00
Elizabeth mostra roupa que esperava pela neta Alice. (Foto: Henrique Kawaminami)
Elizabeth mostra roupa que esperava pela neta Alice. (Foto: Henrique Kawaminami)

Família de uma adolescente de 15 anos denuncia que ela foi vítima de violência obstétrica no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian e que a bebê Alice, nascida na madrugada de ontem (dia 5), quando ainda não havia completados seis meses, morreu por falta de atendimento. Agora, entre pranto e revolta, a dona de casa Elizabeth Aparecida Pinto Barbosa, 42 anos, reclama o corpo da neta.

Ela relata que a filha passou mal e do posto de saúde foi encaminhada para o HR. O ultrassom apontou perda de líquido e a gestante ficou internada. Elizabeth conta que a filha ficou em companhia de uma prima. Ao ver a gestante passando mal, com muitas dores, a acompanhante procurava as enfermeiras. Uma profissional teria chegado a gritar que já ia, mas seguiu mexendo no celular.

A gestante foi ao banheiro e percebeu que a criança já estava nascendo. Então foi realizado o parto normal. O bebê, que nasceu às 3h de sexta-feira, tinha 27 centímetros e pesava 430 gramas.

Na sequência, conforme o relato da família, a criança não foi encaminhada para a incubadora porque precisava pesar, ao menos, mais 70 gramas. “Se eu tivesse dinheiro, pagaria para ter essas 70 gramas”.

Ainda segundo a Elizabeth, a neta foi deixada, sem roupa, em um bercinho ao lado da filha. Ali a criança morreu por volta das 6h de ontem. Ela conta que o médico disse que a filha sofreu um aborto, mas a avó afirma que viu a neta respirando e tinha o corpo quente.

“Enrolaram o bebê num pano azul e levaram. Nem falaram para onde”, diz . Elizabeth reclama que após o óbito, com a família toda chorando, o médico questionou se poderia implantar DIU, dispositivo contra concepção, na adolescente. “Ela só tem 15 anos e isso vai ficar para o resto da vida. Que palavras vou dizer para alguém que perdeu o filho”, questiona.

Elizabeth faz contato com o hospital para conseguir fazer o velório da neta. Ela vai processar o Hospital Regional. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do HR neste sábado (dia 6).

“Ela só tem 15 anos e isso vai ficar para o resto da vida. Que palavras vou dizer para alguém que perdeu o filho”, diz Elizabeth. (Foto: Henrique Kawaminami)
“Ela só tem 15 anos e isso vai ficar para o resto da vida. Que palavras vou dizer para alguém que perdeu o filho”, diz Elizabeth. (Foto: Henrique Kawaminami)
Nos siga no Google Notícias