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Capital

Família pede ajuda para tratamento de garoto de 4 anos que já parece adolescente

Elverson Cardozo | 13/04/2012 14:49

Samuel tem 4 anos e sofre de hiperplasia adrenal congênita – uma deficiência na supra-renal que ocasiona a masculinização precoce

Garoto toma medicamento para repor hormônio três vezes ao dia. (Foto: João Garrigó)
Garoto toma medicamento para repor hormônio três vezes ao dia. (Foto: João Garrigó)

Samuel adora brincar de bicicleta e assistir televisão. É um garoto normal, mas que apresentou desenvolvimento precoce desde que nasceu. Por conta do problema, a idade óssea do menino é de 9 anos. Já têm pêlos pelo corpo, a voz alterada e às vezes se comporta como um adolescente.

A família, que mora no bairro São Conrado, só desconfiou que a situação não era normal no ano passado, quando procurou um médico. Desde então, trava uma batalha diária para seguir com o tratamento e, especialmente, juntar dinheiro para solicitar a manipulação do remédio, que não é oferecido pela rede pública de saúde.

Para muitos o valor mensal de R$ 36,00 é baixo, mas para a mãe do garoto, Elaine de Oliveira de Souza, de 25 anos, a quantia faz falta. “A gente tem que deixar de comprar alguma coisa para conseguir o dinheiro”, declara.

Desempregada há 6 meses, a dona de casa teve de deixar o serviço para cuidar do filho. Samuel, conta, toma medicação três vezes ao dia. Os remédios são para diminuir o nível de hormônio.

Samuel tem 4 anos, mas apresenta idadade óssea de 9. (Foto: João Garrigó)
Samuel tem 4 anos, mas apresenta idadade óssea de 9. (Foto: João Garrigó)

Elaine conta que tem de seguir à risca a recomendação médica. A medicação não pode falhar e deve ser dada na hora cerca. Fora as mudanças físicas, o menino apresenta alterações comportamentais.

“Ele é nervoso, mas o médico disse que é porque ele tem comportamento de um adolescente”, afirmou. “Tem dia que ele só fica dentro de casa assistindo televisão. Não sai nem para brincar”, completa.

Hiperplasia adrenal congênita – Samuel sofre de uma doença rara, conhecida como hiperplasia adrenal congênita. Trata-se de uma deficiência na produção enzimática que altera o funcionamento da supra-renal - glândula responsável pela produção de hormônios.

A endocrinologista pediátrica Lilian Socorro Arguelo Biberg, de 31 anos, explica que a doença é transmitida geneticamente. A estimativa mundial é de que 1 a cada 15 mil nascidos vivos apresentem a enfermidade.

Segundo a pediatra, a hiperplasia adrenal pode se apresentar em três formas: A clássica, caracterizada pela perda de sal, o que pode acarretar em problemas como aumento da pressão arterial, a forma virilizante simples e a tardia, caracterizadas pela masculinização precoce.

“A gente tem que deixar de comprar alguma coisa para conseguir o dinheiro”, conta a mãe. (Foto: João Garrigó)
“A gente tem que deixar de comprar alguma coisa para conseguir o dinheiro”, conta a mãe. (Foto: João Garrigó)

Tratamento – Segundo a pediatra, o tratamento é medicamentoso e a longo prazo. No caso de Samuel os remédios são para repor o hormônio do cortisol – que auxilia no funcionamento do organismo – e diminuir a produção de testosterona.

Caso o tratamento não seja feito, o paciente pode apresentar perda de estatura, crescimento do órgão genital, acne, entre outras alterações.

Diagnóstico – Lilian Socorro explica ainda que o diagnóstico pode ser feito no teste do pezinho, por meio de um exame denominado 17OH Progesterona.

Doações – Interessados podem ajudar a família a continuar o tratamento do garoto. Doações podem ser feitas por meio de depósito em nome de Martiliano Francisco de Souza Ladislau (pai de Samuel).

Caixa Econômica Federal / Agência: 0857 / Conta Corrente: 0857/023/00.000.363-7

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