Família vai recorrer para aumentar pena de PM que matou adolescente
Condenado com pena mínima, PM responde pelo assassinato de outro rapaz em 2015
A família de Luiz da Silva Souza Júnior, de 17 anos, morto pelo policial militar Gésus Fernandes de Oliveira, de 36 anos, vai recorrer para tentar aumentar a pena da condenação sentenciada nesta terça-feira (14), a 6 anos de reclusão em regime semiaberto.
Sem poder presenciar a decisão de dentro do plenário, familiares e amigos acompanharam do lado de fora do Tribunal do Júri. A irmã de Luiz, Jéssica Samantha Bastos, de 30 anos, ficou até o final do julgamento e recebeu a notícia do advogado. Segundo ela, o objetivo era conseguir pena máxima, mas ele ser condenado, já foi uma vitória.
"Estamos bem mais aliviados. Foi um passo muito grande. Muitas pessoas falavam que não ia dar em nada por ele ser policial, mas uma parte a gente conseguiu", afirmou.
Ela contou ainda que o advogado entrará com recurso para tentar conseguir aumentar a pena, já que o PM foi condenado com pena mínima. "O Júri tirou as qualificadoras e deu o minimo. Ele [Júri] não entende, não conhece a gente. Então, eles vão conforme o "teatro" de ambas as partes", explicou a irmã.
Acusado de outro homicídio semelhante, a família de Luiz acredita que a condenação de hoje, ajudará no resultado final. "Em novembro, ele começa a responder por outro homicídio semelhante ao que ele fez com meu irmão. Estamos tentando ter mais informações, porque agora, ele não vai ser mais réu primário. Essa condenação nossa vai pesar bastante pra ele", disse.
Gésus matou Luiz com tiro na nuca, em junho de 2017, em uma casa de show localizada na Rua da Divisão, Jardim Monte Alegre. Na época, ele alegou legítima defesa. Disse que Luiz estava armado, porém, a arma nunca foi localizada.
Outro homicídio- Gésus também é acusado do assassinato de Thauan de Jesus Milina da Silva, 21 anos, ocorrido em 14 de dezembro de 2015. O crime foi muito parecido, com tiro na nuca. A vítima foi atingida durante tiroteio na boate Terra do Nunca, na Avenida Ezequiel Ferreira Lima, no Bairro Guanandi II, em Campo Grande. Gésus era segurança do local.
Consta no processo que na data do crime, houve uma discussão entre o Gésus e Thauan, após a vítima ter esbarrado e derrubado as bebidas do PM. Para acabar com a confusão, a vítima efetuou um disparo de arma de fogo em direção ao chão e, em seguida, fugiu do local.
O PM teria perseguido a vítima até a parte o lado de fora do estabelecimento e atirou na cabeça do rapaz. Ao presenciar a situação, Deyvid Alves dos Santos, que trabalhava no local com Gésus, efetuou um disparo para cima para dispersar as pessoas. O socorro chegou a ser acionado, mas a vítima já estava sem vida.