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Capital

Funcionária de posto perde a paciência e causa polêmica ao gritar com paciente

Flávia Lima | 10/09/2015 17:08
Washington Rocha foi atendido após esperar por quase três horas e meia. (Foto:Silas Lima)
Washington Rocha foi atendido após esperar por quase três horas e meia. (Foto:Silas Lima)
No momento do ocorrido, pelo menos 50 pessoas esperavam atendimento. (Foto:Silas Lima)
No momento do ocorrido, pelo menos 50 pessoas esperavam atendimento. (Foto:Silas Lima)

A atitude de uma funcionária da UBS (Unidade Básica de Saúde ) do Bairro Tiradentes, na Capital, revoltou os pacientes que aguardavam atendimento no final da manhã desta quinta-feira (10), no setor de emergência do posto.

Segundo a vendedora Karen Soares, que presenciou a confusão e chegou a gravar um vídeo mostrando a conduta da servidora, o incidente aconteceu por volta do meio-dia e meia, quando o ajudante de carga e descarga, Washington Camargo da Rocha, que já esperava por pelo menos duas horas, questionou a funcionária sobre a demora no atendimento.

Nesse momento, ela saiu de uma das salas e começou a gritar com o paciente. No vídeo, gravado por várias pessoas que presenciaram a cena, ela pergunta a Washington se ele estava perdendo sangue e se não poderia esperar um pouco. No final da discussão, segundo pacientes, ela ressalta que o atendimento estava lento porque dois médicos estavam atendendo um caso de urgência. Na sequência, ela bate a força com violência. Pelo menos 50 pessoas presenciaram a cena.

Segundo Karen Soares, a emergência que a funcionária se referiu era um homem que teria chegado ao posto esfaqueado.

No entanto, pacientes ouvidos pelo Campo Grande News disseram que não viram ninguém chegar ao local com ferimentos graves.

“Teve um rapaz que chegou a abrir todas as portas dos consultórios e não viu ninguém ferido assim”, disse Karen, que havia chegado a unidade de saúde às 10h40 e até às 13h30 ainda não havia recebido atendimento.

Responsável pelo questionamento que gerou a atitude da funcionária, Washington Rocha disse que ficou surpreso com a reação da servidora e resaltou que foi até a sala dela apenas para saber se havia médico no local. “Como demorava muito só quis saber o que estava acontecendo. Não fui brigar”, afirma.

Na opinião de Washington, não havia médico na unidade, já que, segundo ele, outras pessoas também aguardavam por cerca de três horas. Sentindo dores no pé direito devido a um acidente de trabalho sofrido na manhã desta quinta-feira, Washington acabou sendo atendido por volta das 13h20, enquanto conversava com o Campo Grande News. Após o atendimento médico, ele foi encaminhado para a sala de raio-X, já que seu pé havia sido prensado por uma empilhadeira.

A conduta da servidora também revoltou a dona de casa Charleane de Oliveira, que aguardava atendimento para o filho Maurício, de 15 anos, que apresentava sintomas de virose e febre alta. “Me disseram na recepção que há quatro anos não tem pediatra aqui no período da manhã”, reclama.

Sensibilizada pela situação de Washington, a dona de casa que havia chegado por volta das 11 horas, também saiu em defesa do rapaz e foi até a sala da servidora em busca de informação. Na sua opinião, a atitude da funcionária foi desrespeitosa com os pacientes que aguardavam desde cedo por atendimento.

“Ela exagerou. Não precisava gritar com as pessoas. Ali todo mundo estava doente e cansado de esperar. Era só pedir calma e explicar que os médicos estavam em urgência”, diz.

Para os pacientes, o fim da greve dos profissionais da saúde não resolveu os problemas e a falta de infraestrutura da rede municipal de saúde. “Eu mesma já cheguei a ficar aqui dez horas com meus filhos”, ressalta.

O Campo Grande News tentou localizar a servidora e, sem sucesso, buscou o gerente da unidade para comentar sobre a conduta da funcionária, mas, segundo servidores, ele estava na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) resolvendo questões burocráticas e ninguém estava autorizado a comentar o fato.

A assistente social Tânia Alencar, que iniciou o turno após meio-dia, disse que não tinha detalhes do ocorrido, mas ressaltou que os médicos, de fato, estavam atendendo a um caso de emergência no momento da confusão. Ela também rebate as acusações sobre a falta de médicos na unidade e diz que a escala estava sendo cumprida.

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