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Capital

Governo ainda não pagou cirurgia de R$ 30 mil de mulher internada no El Kadri

João Humberto | 08/06/2016 16:45
Zeene Rocha Amorim está internada no El Kadri desde a semana passada devido à falta de vaga em CTI da rede pública de saúde (Foto: Arquivo/Família)
Zeene Rocha Amorim está internada no El Kadri desde a semana passada devido à falta de vaga em CTI da rede pública de saúde (Foto: Arquivo/Família)

O governo do Estado ainda não efetuou o pagamento de R$ 30 mil referente à internação da dona de casa Zeene Rocha Amorim, 51 anos, no Hospital El Kadri, em Campo Grande. Internada no local desde o dia 25 de maio, ela aguardava vaga em CTI (Centro de Terapia Intensiva) de hospital público, no entanto, devido à ausência de leitos, as diárias começaram a ser cobradas na unidade privada, o que obrigou familiares da paciente a ingressar com ação contra o Estado, penalizado em R$ 30 mil pelo juiz Alexandre Branco Pucci, do Juizado Especial da Fazenda Pública. Em consulta ao processo, a equipe do Campo Grande News constatou que o valor já está em R$ 52,8 mil.

Conforme a assistente de departamento pessoal Dauva Rocha, 38 anos, irmã de Zeene, a dona de casa começou a sentir dores no corpo e estava com muita tosse no dia 23 de maio, quando se dirigiu até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino, região norte de Campo Grande. Foi diagnosticada com tosse alérgica e medicada com dipirona.

No outro dia, Zeene não suportava as dores pelo corpo o que a dificultava andar e até enxergar. Como possui cartão de convênio de desconto para consultas de emergência no El Kadri, a dona de casa foi levada pela família até lá.

No hospital, a paciente foi examinada e os médicos constatam que sua pressão estava muito baixa, além de ter sido vítima de uma infecção generalizada causada por uma fístula (canal infectado) na virilha. Eles disseram à família que o estado de saúde de Zeene era muito grave e sua remoção a um hospital público não poderia ser feita, já que a vítima corria risco de morte.

Zeene ficou internada no local, mesmo os familiares tendo informado que não tinham condições de arcar com as despesas, conforme informações repassadas por Dauva. No dia 25, Zeide Rocha, outra irmã de Zeene, foi até a defensoria pública procurar ajuda e protocolou ação para que o governo do Estado colocasse a paciente imediatamente em um quarto de CTI, já que estava numa marca de emergência.

Diante da expedição do mandado, o juiz Alexandre Branco Pucci determinou no mesmo dia a concessão do pedido de tutela antecipada, exigindo que o Executivo disponibilize R$ 30 mil para o pagamento das despesas de Zeene no El Kadri. O dinheiro até agora não foi liberado, segundo Dauva, e as despesas já somam mais de R$ 50 mil.

Cirurgia – Como o governo do Estado não liberou a verba e nem conseguiu vaga no CTI da rede pública de saúde, Zeene teve que subir para o CTI e ser operada no dia 1º de junho. A cirurgia na virilha foi delicada, segundo informa Dauva: tiraram pedaço da pele que estava necrosada e a ferida ficou aberta para cicatrização de dentro para fora.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da SES (Secretaria de Estado de Saúde) para saber se a verba já foi liberada e recebeu a informação de que o órgão foi notificado na segunda-feira (6) e designou a coordenadoria jurídica para atender o caso, mas não falou sobre prazos. A administração do El Kadri ressaltou que a transferência ainda não foi feita. 

(Matéria editada às 17h17 para acréscimo de informações)

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