Grupo de trabalho que acompanha ações na Deam é prorrogado novamente
GT foi criado após caso da jornalista Vanessa Ricarte, que reclamou do atendimento horas antes de morrer

A Polícia Civil prorrogou, mais uma vez, as atividades do GT (Grupo de Trabalho) criado para monitoramento das ações na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) por prazo de 90 dias. A força-tarefa foi criada no dia 19 de fevereiro como uma resposta às falhas no atendimento à jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo.
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A Polícia Civil prorrogou por 90 dias as atividades do grupo de trabalho que monitora a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). A força-tarefa, criada em fevereiro após o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, analisou mais de 6 mil boletins de ocorrência arquivados. O grupo continuará atuando até fevereiro de 2026, buscando aperfeiçoar o atendimento às vítimas de violência doméstica. Mato Grosso do Sul registrou 36 feminicídios em 2023, sendo o mais recente em Sonora, onde Gabrielle Oliveira dos Santos foi morta pelo companheiro.
Na portaria publicada hoje no Diário Oficial do Estado, consta que o grupo “concluiu com êxito os levantamentos e análises dos boletins de ocorrência (...), sendo imprescindível a prorrogação para monitoramento das ações e continuidade dos procedimentos instaurados”. Com isso, as atividades vão continuar, pelo menos, até fevereiro de 2026.
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O delegado-geral da Polícia Civil, Lupérsio Degerone Lucio, disse ao Campo Grande News que o GT instaurou inquérito policial relativo a todos os boletins de ocorrências que faltavam tal deliberação, mas que ainda falta cerca de 20% para finalização. "A prorrogação foi para monitorar e acompanhar a conclusão desses inquéritos instaurados".
A partir da criação, em fevereiro, o grupo de trabalho analisou 6.062 boletins de ocorrência “engavetados” na Deam, ou seja, que não resultaram em instauração de procedimento ou que permanecem com providências pendentes. O objetivo foi garantir maior eficiência e celeridade na apuração dos crimes, além de aperfeiçoar o atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar.
A expectativa é de que, ao final dos trabalhos, seja apresentado um relatório com conclusões e sugestões para aperfeiçoar permanentemente os procedimentos adotados na apuração de crimes contra as mulheres em Mato Grosso do Sul. O grupo é coordenado pelos delegados Maria de Lourdes Cano e Márcio Rogério Faria Custódio.
O GT foi criado como parte da mudança no sistema, após a morte da jornalista Vanessa Ricarte, que havia relatado um atendimento frio e sem acolhimento antes de ser assassinada em 12 de fevereiro.
Mato Grosso do Sul registra 36 feminicídios neste ano, o último ocorrido na última segunda-feira (17), em Sonora. Gabrielle Oliveira dos Santos, 25 anos, foi morta pelo companheiro, Diovani Alfredo Dique de Oliveira, 31 anos. Antes de procurar a polícia e se entregar, ele avisou a mãe da vítima: “Acabei de matar sua filha. Vai lá vê-la.”
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