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Capital

Há dois meses falta de médico penaliza moradores na região das Três Barras

Aline dos Santos | 05/07/2011 17:38

Prefeitura não tem previsão de quando vai resolver problema

Posto está sem médico desde abril. (Foto: João Garrigó)
Posto está sem médico desde abril. (Foto: João Garrigó)

A falta de médico no posto de saúde Três Barras penaliza a população. A situação já perdura por dois meses e deixa desassistidos moradores de chácaras e fazendas no entorno da escola agrícola Arnaldo Estevão de Figueiredo, a 25 km do perimetro urbano de Campo Grande.

“Isso ficou muito ruim. Minha mãe passou mal do coração e tive que ligar para o meu irmão vir nos buscar”, reclama Aparecido Camargo Neinet, de 60 anos.

Sem veículo próprio, ele depende de carona para levar a mãe de 87 anos ao médico. “Mas nem sempre dá para o patrão vir buscar”, conta. Quando havia médico no posto, a vida era mais simples.

“Moro aqui pertinho, só virar na primeira porteira”, afirma, lembrando da facilidade que tinha até abril para obter atendimento. Preocupado, Aparecido já pensa na dificuldade de levar a mãe octagenária ao posto de saúde no próximo mês. “Dia 2 vou ter que ir à cidade”, diz.

Josias Daniel Pereira de Jesus, de 44 anos, é um dos que mora perto do posto de saúde, mas distante de atendimento médico. “Várias vezes tive que levar minha filha de 16 anos no posto de sáude das Moreninhas”, relata.

O posto fica a 13 km da unidade de saúde Três Barras. “Quando ela tem problema, nem paro nesse posto para saber se já tem médico, porque é só perda de tempo”, afirma. Nas Moreninhas, a espera é maior. “Lá tem muita gente”, enfatiza Josias,

Mas a unidade básica de Saúde da Família Três Barras também é procurada por pacientes que vem de longe. Gente que mora até a 80 km e aproveita os ônibus que transportam estudantes para receber atendimento médico.

“Tem gente que sai de casa de madrugada, levando lamparina para chegar até onde passa o ônibus”, afirma Francisco Leandro da Silva.

Os ônibus chegam à escola no começo da manhã e só retornam às propriedades rurais no fim da tarde.

“É tudo na base da carona, da solidariedade dos motoristas”, enfatiza Francisco.

Um aviso sobre a falta de médico chegou a ser afixado na entrada da escola, que divide o mesmo terreno com o posto de saúde, mas a folha não resisitiu ao tempo e caiu.

Longa espera - A UBSF Três Barras tem dois dentistas, enfermeiros, dois agentes comunitários e oferece farmácia e vacinas. O local é anexo à escola rural, com cerca de 400 alunos.

No posto, a reportagem foi informada que os enfermeiros mantêm visita às famílias e acompanhamento aos pacientes com doenças como hipertensão e diabetes. Os funcionários também tentam agilizar o encaminhento para as unidades de saúde mais próximas, localizadas nas Moreninhas e Tiradentes. Por dia, a média era de 50 consultas. A unidade funciona das 7h às 16h.

A médica trabalhou no local por 16 anos antes de se aposentar. “A doutora atendia a todos muito bem e deixou saudades. Meu filho ia lá desde que nasceu”, afirma Vanessa Dias da Silva, de 23 anos, que aguarda, ansiosa, pela chegada de um novo médico para acompanhar o crescimento de Luiz Otávio, de 2 anos.

De acordo com a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o problema só será resolvido quando for realizado um concurso público para médicos. Portanto, o poder público não dá nem previsão de quando a unidade voltará a ter o atendimento normalizado. Ainda conforme a assessoria, a prefeitura prioriza postos com maior densidade populacional.

Aparecido fica preocupado com a saúde da mãe, de 87 anos. (Foto: João Garrigó)
Aparecido fica preocupado com a saúde da mãe, de 87 anos. (Foto: João Garrigó)
Já a mãe de Luiz Otávio espera, ansiosa, pela chegada de um médico ao posto. (Foto: João Garrigó)
Já a mãe de Luiz Otávio espera, ansiosa, pela chegada de um médico ao posto. (Foto: João Garrigó)
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