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Capital

Homem que matou avô e neto nas Moreninhas vai a júri popular em 2026

Justiça mantém acusação de vingança; crime teria ligação com morte anterior no bairro; "Garupa" foi solto

Por Gabi Cenciarelli | 11/12/2025 17:45
Homem que matou avô e neto nas Moreninhas vai a júri popular em 2026
Guilherme chegou a confessar o crime em primeiro depoimento (Foto: Arquivo / Gabi Cenciarelli)

O duplo homicídio que abalou a Moreninha II em maio do ano passado vai a julgamento. A Justiça decidiu que Guilherme Urbanek da Rocha, 24 anos, réu confesso, será submetido ao Tribunal do Júri pela morte de Denner Vieira Vasconcelos, 22 anos, e do avô dele, o policial aposentado Nelson Carvalho Vieira, 67 anos. A decisão é da 2ª Vara do Tribunal do Júri e prevê julgamento entre fevereiro e março de 2026, caso não haja recurso.

RESUMO

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O caso do duplo homicídio ocorrido na Moreninha II, em maio de 2025, será julgado entre fevereiro e março de 2026. Guilherme Urbanek da Rocha, 24 anos, réu confesso, irá a júri popular pela morte de Denner Vieira Vasconcelos, 22 anos, e seu avô, o policial aposentado Nelson Carvalho Vieira, 67 anos.O crime foi motivado por vingança, após o assassinato do irmão de Guilherme. O acusado acreditava que a família de Denner estava envolvida na morte. As vítimas foram alvejadas enquanto lavavam um carro em casa, resultando em 14 disparos contra Denner. O avô, ao tentar proteger o neto, também foi atingido fatalmente.

No mesmo despacho, o juiz Aluízio Pereira dos Santos mandou soltar o segundo acusado, de 25 anos, que havia sido denunciado como piloto da motocicleta usada no dia do crime. Como nenhuma testemunha confirmou em juízo que ele estivesse na cena, o magistrado entendeu que não havia sequer indícios mínimos para levá-lo ao júri.

O crime e vingança – A dupla foi assassinada no fim da tarde de 24 de maio de 2025, na Rua Anacá, quando avô e neto lavavam um carro na varanda de casa, onde a família mantinha um pequeno lava-jato. A tranquilidade terminou quando uma moto Biz branca parou diante do portão. O garupa desceu já com a pistola 9 mm em punho e abriu fogo em direção a Denner, atingido por 14 disparos. Nelson tentou proteger o neto e acabou baleado. O cachorro da família, que avançou para defender os donos, também foi atingido.

Homem que matou avô e neto nas Moreninhas vai a júri popular em 2026
Mulher ajoelhada olhando o filho e o pai mortos dentro de casa (Foto: Direto das Ruas)

Segundo as investigações, o crime não foi aleatório. A motivação teria começado mais de um ano antes, quando o irmão de Guilherme foi assassinado nas Moreninhas. O nome de um dos irmãos de Denner passou a circular entre vizinhos como possível autor daquele homicídio, informação nunca confirmada oficialmente, mas que se espalhou pelo bairro e ganhou força a ponto de Guilherme acreditar que a família rival era responsável pela morte do irmão.

Meses antes do ataque, discussões e supostas ameaças envolvendo Denner agravaram o clima de acerto de contas no bairro. Para o Ministério Público, tudo isso alimentou a convicção de Guilherme de que o jovem tinha relação com a morte do irmão, levando-o a praticar o ataque por vingança.

Confissão – Dois dias após o crime, Guilherme se apresentou na delegacia com um advogado, confessou que era o atirador e levou os policiais até o local onde havia escondido a arma usada na execução. Como não era mais flagrante, acabou liberado naquele momento, o que provocou revolta da família. Dias depois, já com prisão decretada, voltou a se entregar. Em juízo, ele manteve a confissão, disse que foi ao local para “cobrar explicações” e alegou que os tiros que atingiram o avô e o cachorro teriam sido acidentais. Também negou participação do corréu, que sempre sustentou estar em casa na hora do ataque, versão confirmada pela mãe.

Homem que matou avô e neto nas Moreninhas vai a júri popular em 2026
Viaturas da Polícia Militar próximo ao local do crime (Foto: Direto das Ruas)

Na sentença de pronúncia, o juiz destacou que, apesar de o segundo acusado ter sido citado na investigação inicial, ninguém conseguiu reconhecê-lo como piloto da moto, sobretudo porque o condutor usava capacete e não teve o rosto visto por moradores. Sem provas mínimas, ele foi impronunciado e responderá em liberdade.

Já em relação a Guilherme, o magistrado considerou que há materialidade e indícios suficientes, sustentados na confissão, nos depoimentos e nos laudos periciais, para que ele seja julgado por duplo homicídio qualificado, porte ilegal de arma de uso restrito e por ferir o cão da família.

A viúva e avó, Regina Carvalho, chegou a dizer ao Campo Grande News que acredita que Denner foi morto por engano e que outras pessoas deveriam ser investigadas. Ela deixou a casa onde tudo aconteceu por medo e por não conseguir lidar com o trauma. Com a decisão desta semana, o processo entra na fase de preparação do plenário, e o julgamento que vai definir o futuro de Guilherme Urbanek deve ocorrer no início de 2026.

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