Idosa internada há 4 dias em UPA piora e família pede socorro

Familiares da aposentada Maria Belarmina dos Santos, de 72 anos, internada desde quarta-feira (15), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, após complicações provocadas por uma doença pulmonar crônica, denunciam o descaso do poder público e não sabem mais a quem recorrer para que a mulher seja transferida para um hospital.
Segundo a estudante Ariane Prudêncio, de 26 anos, a avó sofre de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) e há anos ela faz tratamento no HU (Hospital Universitário) em Campo Grande.
Há pouco menos de duas semanas, ela começou a sentir dores e teve complicações por conta da doença. Neste período, a idosa chegou a ser encaminhada para a unidade de saúde, no entanto, segundo os familiares, ela não teve o atendimento adequado e foi liberada por duas vezes.
Nesta semana, Belarmina começou voltou a sentir fortes dores e novamente foi levada a UPA do Coronel Antonino, onde permanece internada até então.
De acordo com a neta, desde ontem, Belarmina está mal, delirando e ps médicos diagnosticaram um quadro avançado de infecção no pulmão. Na unidade de saúde, a resposta dos médicos é de que ali nada mais poderia ser feito e ela precisaria buscar atendimento especializado. Diante desta situação, a família teme que o pior aconteça.
“Nós estamos desesperados. Precisamos que ela seja transferida para um hospital para ter o atendimento adequado. Se ela ficar mais tempo lá ela pode morrer. Os próprios médicos já falaram que eles não tem mais o que fazer aqui e se não transferir ela vai morrer. Cadê o poder público nestas horas, será que vai precisar que ela estava já no fim pra resolverem fazer alguma coisa ?”, questionou.
Em contato com a central de regulação, a família foi informada de que não há vaga em nenhum hospital em Campo Grande, e que a paciente teria que aguardar.
“A gente está fazendo o que poder. Eu mesmo já fui na Santa Casa, no HU e até procurei a defensoria pública para tentar uma vaga, mas a resposta é sempre não”, disse a neta.
Sem previsão - O diretor de urgência e emergência do município, Frederico Garlipp, admitiu que a situação da idosa é preocupante, no entanto, ressaltou que o problema é crônico.
Segundo ele, no caso da idosa, ela só pode ser transferida para o HU, ou para o Hospital Regional, onde há especialistas. No entanto, os dois hospitais estão “abarrotados”.
De acordo com Garlipp, a equipe médica do Coronel Antonino afirmou que o quadro de saúde de Belarmina é estável, e no momento, a unidade oferece as condições adequadas para tal.
Quanto a possibilidade de uma transferência, o diretor é pessimista. “Infelizmente a gente tem que esperar abrir uma vaga em algum lugar. Assim que abrir a gente transfere, enquanto isso não tem o que fazer”, finalizou.