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Capital

Ilegais, abrigos de mototáxi avançam por áreas públicas da Capital

Mototaxistas já cobraram da prefeitura uma regulamentação para a situação e até mesmo estudo para padronização dos abrigos, mas até agora nada foi feito

João Humberto | 20/07/2016 17:07
Ao lado do posto de saúde do Tiradentes, abrigo construído com 'vaquinha' de mototaxistas está em processo de conclusão (Fotos: Marina Pacheco)
Ao lado do posto de saúde do Tiradentes, abrigo construído com 'vaquinha' de mototaxistas está em processo de conclusão (Fotos: Marina Pacheco)

Em Campo Grande há cerca de 70 pontos de mototáxi e, na maioria deles, foram construídos abrigos, tanto de concreto quanto de alumínio ou outros tipos de materiais, dentro de áreas públicas. Essas construções são ilegais, mas de acordo com o Sindmototaxi (Sindicato dos Condutores Autônomos Individual de Passageiros em Motocicletas) da Capital, a prefeitura já foi procurada pela categoria para regulamentá-las ou fazer estudo no sentido de padronizar as obras, no entanto devido à inércia do Executivo, até o momento estas estruturas continuam ignorando as leis.

A tesoureira do Sindmototaxi, Idelucia Boaventura, esclarece que os mototaxistas não têm permissão para construir abrigos nos espaços públicos, já que a prefeitura não autoriza a liberação para as construções. “Na maioria dos casos, os mototaxistas se juntam, fazem vaquinha e constroem os abrigos. Eles não podem ficar ao relento, precisam se proteger da chuva, do sol, dos ventos”, detalha Boaventura.

Em junho, de acordo com Idelucia, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente Desenvolvimento Urbano) quis derrubar diversos abrigos espalhados por Campo Grande, como os localizados na avenida Tamandaré, trevo Imbirussú e no Jardim Panamá, região oeste da Capital. A decisão foi revogada e a derrubada dos abrigos acabou não sendo executada.

Já num ponto perto à Escola Estadual Hércules Maymone o abrigo construído tem infraestrutura adequada como beliches e televisão
Já num ponto perto à Escola Estadual Hércules Maymone o abrigo construído tem infraestrutura adequada como beliches e televisão

A intenção dos mototaxistas em legalizar essas construções é tão grande, que muitos já elaboraram croquis com projetos e encaminharam à prefeitura. “Em razão da recusa, eles acabam construindo os abrigos”, ressalta Idelucia.

Estudos – Logo que os pontos de mototáxi começaram a ser criados em Campo Grande, em 1998, a prefeitura realizou estudos junto ao sindicato para avaliar a demanda dos clientes, localização etc. Em cada um dos cerca de 70 pontos espalhados pela Capital essas análises aconteceram, com autorização da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), segundo a tesoureira do Sindmototaxi.

Atualmente, em Campo Grande, há 700 mototaxistas, sendo 490 permissionários (que detêm alvarás) e 210 auxiliares. Todos defendem a construção dos abrigos.

No ponto localizado ao lado do posto de saúde do bairro Tiradentes, abrigo está sendo concluído pelos seis mototaxistas que dividem o ponto ali. Eles alegam que quando os pontos estão localizados em áreas de postos de saúde, geralmente contam com autorização.

Tesoureira do Sindicato dos Mototaxistas de Campo Grande ressalta que abrigos são ilegais, mas que categoria tenta a todo custo legalizá-los junto à prefeitura, que nunca dá um parecer
Tesoureira do Sindicato dos Mototaxistas de Campo Grande ressalta que abrigos são ilegais, mas que categoria tenta a todo custo legalizá-los junto à prefeitura, que nunca dá um parecer

Boaventura explica que a prefeitura, desde o fim da década de 90 até hoje, construiu apenas três abrigos: em espaços públicos nos bairros Aero Rancho, Nova Bahia e Tiradentes. Segundo mototaxistas do Tiradentes, todos os profissionais pagam taxa anual de R$ 250,00, referente ao uso sobre o solo. “Isso deve ser investido em uma melhor estrutura para a categoria”, advertem os profissionais.

Em alguns abrigos, por exemplo, os mototaxistas equipam os locais com beliches, bebedouros, televisões etc. Nesses lugares os serviços funcionam 24 horas.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com as assessorias de imprensa da Semadur e da prefeitura para obter informações a respeito das construções de abrigos em pontos de mototáxi, mas até a publicação deste texto não as recebeu.

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