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Capital

Imagens comprovam que cadeirante não tem vez nas ruas da Capital

Foto enviada ao Campo Grande News mostra caminhão de gás estacionado em frente à rampa de acesso

Liniker Ribeiro e Aletheya Alves | 18/02/2021 17:36
Caminhão de gás estacionado em frente à rampa, em calçada de rua no Jardim Bela Vista (Foto: Direto das Ruas)
Caminhão de gás estacionado em frente à rampa, em calçada de rua no Jardim Bela Vista (Foto: Direto das Ruas)

Como se já não bastassem os desníveis, as calçadas quebradas e, em algumas situações, a falta de asfalto em ruas da cidade, cadeirantes convivem diariamente com o desrespeito e falta de empatia pelo próximo, na Capital. Nesta quinta-feira (18), flagrante no Jardim Bela Vista expõe esta triste realidade.

Foto enviada ao Campo Grande News mostra caminhão de gás estacionado em frente à rampa de acesso usada por cadeirantes, em trecho da Rua José Caetano. Nem mesmo o desenho no chão, indicando o uso correto da rampa, impediu o condutor de deixar o veículo no local.

Em frente a escola particular, o flagrante mostra ainda que até mesmo o piso tátil, essencial a pessoas com deficiência visual, ficou comprometido pelo caminhão.

O cadeirante Marcos Vinicius reclama de falta de empátia por parte de motoristas (Foto: Henrique Kawaminami)
O cadeirante Marcos Vinicius reclama de falta de empátia por parte de motoristas (Foto: Henrique Kawaminami)

Cenas como essa viraram rotina na vida do vendedor Marcos Vinicius Salomão, de 54 anos. “Esse tipo de coisa, de gente estacionando em frente a rampas, ou calçadas destruídas, é o que mais tem. A gente já está meio acostumado com isso”, afirma lamentando a atitude de motoristas que insistem em cometer a infração de trânsito.

Inclusive, o ato de estacionar em frente à rampas de acesso, segundo o chefe de fiscalização de trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Carlos Guarini, pode gerar multa de R$ 293 e resulta ainda na perda de 7 pontos na carteira do condutor.

Obstáculos – Além da atitude desrespeitosa de motoristas, defeitos em calçadas e objetos instalados em locais inapropriados também dificultam o “ir e vir” de cegos e cadeirantes.

Na Rua Euclides da Cunha, por exemplo, placa instalada próximo ao cruzamento com a Rua Paraíba, no Jardim dos Estados, torna a calçada perigosa para pessoas com deficiência, principalmente visual. Entenda o que acontece na região:


Quem passa pelo local reconhece que a situação é complicada. “Poste de placa que fica bem na frente da rampa torna tudo complicado para quem é deficiente visual ou cadeirante”, argumenta o empresário Ricardo Costa Gomes Filho, de 30 anos.

Ele lembra ainda, que a situação em bairros de Campo Grande os problemas são ainda maiores.

“Eu acho que aqui na região central, o problema não é tão grande, porque é meio que a identidade da cidade, então o pessoal se preocupa mais com esse tipo de coisa. Olhando assim, acho que o maior problema são as calçadas mesmo. Por exemplo, tem locais onde raízes de árvores quebram a calçada”, reforça.

Calçada em rua da Vila Palmira está tomada de entulho e móveis velhos (Foto: Henrique Kawaminami)
Calçada em rua da Vila Palmira está tomada de entulho e móveis velhos (Foto: Henrique Kawaminami)

Fotos tiradas na Rua Miranda, na Vila Palmira, ilustram bem os problemas encontrados em regiões afastados do Centro. Em uma mesma quadra, mato, plantas, entulhos e móveis abandonados tomam conta de toda a calçada.

Cadeirante, que prefere não se identificar, expressa que todas essas situações tornam a rotina muito difícil. “Quando vamos pegar ônibus, é muito complicado. Tem vezes que a gente não consegue nem esperar na calçada, porque não tem como subir mesmo, então temos que esperar no asfalto. Mas também, o que você espera? O país normaliza esse tipo de coisa e as pessoas não estão nem aí”, afirma.

Muitas vezes, "ir e vir" parece deixar de ser direito para cadeirantes (Foto: Henrique Kawaminami)
Muitas vezes, "ir e vir" parece deixar de ser direito para cadeirantes (Foto: Henrique Kawaminami)


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