Imprudência de motoristas agrava risco em avenida com obra polêmica
Novo acidente ocorre dois dias após jovem morrer ao atingir mureta deixada em canteiro
Moradores e comerciantes da Avenida Gunter Hans, no trecho onde estão em andamento as obras do corredor de ônibus, afirmam que a combinação de direção imprudente, muretas instaladas no centro da via e falta de sinalização tem criado um cenário propício para acidentes graves.
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Um comerciante de 66 anos, que preferiu não se identificar, relata que as intervenções iniciadas pela Prefeitura há mais de três anos nunca foram concluídas e seguem causando transtornos no dia a dia. Segundo ele, o estreitamento da pista desorienta motoristas e aumenta o risco de manobras erradas. “Essas obras começaram e não terminaram. O pessoal não sabe para que lado ir. Tem estreitamento, mureta, pista mudando de direção e muita imprudência também. Já vi vários acidentes aqui”, afirmou.
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Levantamento feito pela reportagem mostra que o trecho entre o Hospital Regional e o Trevo Imbirussu tem pouca sinalização. No sentido bairro/centro, há quatro semáforos, mas nenhum radar ou quebra-mola. No sentido contrário, apenas dois semáforos e nenhuma forma de controle de velocidade. Moradores dizem que, com a avenida estreita e mal sinalizada, qualquer manobra brusca vira risco.
A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) esteve na via nesta terça-feira (2) para reforçar a sinalização. Um servidor explicou que os cones usados para orientar o corredor de ônibus frequentemente caem, seja pelo vento, pela chuva ou pelos próprios motoristas, o que desorganiza ainda mais o fluxo.
Segundo ele, será instalada uma estrutura fixa para delimitar o trecho e reduzir confusões. Há também projeto para novos semáforos, ainda sem detalhes. Enquanto a equipe de reportagem conversava com agentes de trânsito, um motorista desabafou: “A gente não aguenta mais isso. O menino perdeu a vida aqui. Quem vai indenizar a família? É revoltante.”
O motorista aposentado José Aparecido Viana da Silva, de 72 anos, reforça que a imprudência existe, mas a avenida mal planejada potencializa as consequências. “Acabaram com a avenida. Não tem sinalização para o pessoal se defender. Moro perto do trevo e já vi vários acidentes”, disse.

Para Raniely Arcanjo, de 19 anos, auxiliar de pós-vendas em uma loja de motocicletas da região, a cena se repete diariamente: “É comum ver o pessoal se ferindo. Atravessam na contramão, fazem manobra errada. Mas também tem a estrutura toda bagunçada. À noite é muito escuro, muita gente não sabe para onde ir no trevo. Toda hora a gente tem que socorrer alguém.”
Ontem, mais um acidente foi registrado na região, a cerca de dois quilômetros do ponto onde o estudante de Publicidade e Propaganda Ângelo Antônio Alvarenga Peres, de 24 anos, morreu na noite de sábado.
Ele era passageiro de um Peugeot 208 que bateu contra uma mureta da via. O motorista também ficou ferido e permanece internado em estado gravíssimo. No caso desta segunda-feira (1º), a condutora de um Volkswagen Fox vermelho perdeu o controle da direção e colidiu com a estrutura. Ela não se feriu.
Por meio de nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que a obra do corredor de ônibus na Avenida Gunter Hans não está parada e que, nos locais onde os trabalhos estão sendo executados, existe sinalização horizontal com faixas indicando estreitamento de pista, além de cones e cavaletes.
"O prazo de conclusão é 26/03/2026. Faltam ainda o fechamento de alguns acessos e retornos, a execução de alguns recapes, a acessibilidade das calçadas e a execução das plataformas de embarque e desembarque."
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