Imprudência de motoristas se agrava em avenida com obras paradas
Novo acidente ocorre dois dias após jovem morrer ao atingir mureta deixada em canteiro
Moradores e comerciantes da Avenida Gunter Hans, no trecho onde a obra do corredor de ônibus está parada, dizem que a combinação de direção arriscada, muretas no meio da pista e falta de sinalização cria um cenário para acidentes graves.
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A Avenida Gunter Hans, em Campo Grande, enfrenta uma situação crítica devido à combinação de obras inacabadas do corredor de ônibus e imprudência dos motoristas. Moradores e comerciantes relatam que o estreitamento da via, muretas mal posicionadas e sinalização precária têm causado acidentes frequentes. A situação se agravou após a morte do estudante Ângelo Antônio Alvarenga Peres, de 24 anos, no último sábado. A Agetran iniciou trabalhos de reforço na sinalização, prometendo instalar estruturas fixas para delimitar o corredor de ônibus e novos semáforos, embora sem prazo definido para conclusão.
Segundo um comerciante de 66 anos, que preferiu não se identificar, as intervenções iniciadas pela Prefeitura há mais de três anos nunca foram concluídas e seguem causando transtornos. Ele afirma que o estreitamento da via desorienta motoristas e aumenta o risco de erros de direção. “Essas obras começaram e não terminaram. O pessoal não sabe para que lado ir. Tem estreitamento, mureta, pista mudando de direção e muita imprudência também. Já vi vários acidentes aqui”, relatou.
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Levantamento feito pela reportagem mostra que o trecho entre o Hospital Regional e o Trevo Imbirussu tem pouca sinalização. No sentido bairro/centro, há quatro semáforos, mas nenhum radar ou quebra-mola. No sentido contrário, apenas dois semáforos e nenhuma forma de controle de velocidade. Moradores dizem que, com a avenida estreita e mal sinalizada, qualquer manobra brusca vira risco.
A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) esteve na via nesta terça-feira (2) para reforçar a sinalização. Um servidor explicou que os cones usados para orientar o corredor de ônibus frequentemente caem, seja pelo vento, pela chuva ou pelos próprios motoristas, o que desorganiza ainda mais o fluxo.
Segundo ele, será instalada uma estrutura fixa para delimitar o trecho e reduzir confusões. Há também projeto para novos semáforos, ainda sem detalhes. Enquanto a equipe de reportagem conversava com agentes de trânsito, um motorista desabafou: “A gente não aguenta mais isso. O menino perdeu a vida aqui. Quem vai indenizar a família? É revoltante.”
O motorista aposentado José Aparecido Viana da Silva, de 72 anos, reforça que a imprudência existe, mas a avenida mal planejada potencializa as consequências. “Acabaram com a avenida. Não tem sinalização para o pessoal se defender. Moro perto do trevo e já vi vários acidentes”, disse.

Para Raniely Arcanjo, de 19 anos, auxiliar de pós-vendas em uma loja de motocicletas da região, a cena se repete diariamente: “É comum ver o pessoal se ferindo. Atravessam na contramão, fazem manobra errada. Mas também tem a estrutura toda bagunçada. À noite é muito escuro, muita gente não sabe para onde ir no trevo. Toda hora a gente tem que socorrer alguém.” O Campo Grande News entrou em contato com a prefeitura para comentar o assunto e aguarda retorno.
Ontem, mais um acidente foi registrado na região, a cerca de dois quilômetros do ponto onde o estudante de Publicidade e Propaganda Ângelo Antônio Alvarenga Peres, de 24 anos, morreu na noite de sábado.
Ele era passageiro de um Peugeot 208 que bateu contra uma mureta da via. O motorista também ficou ferido e permanece internado em estado gravíssimo. No caso desta segunda-feira (1º), a condutora de um Volkswagen Fox vermelho perdeu o controle da direção e colidiu com a estrutura. Ela não se feriu.
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