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Capital

Informação afasta mitos e homens procuram vasectomia sem preconceito

Bruno Chaves | 24/11/2013 09:59

Para os homens, falar em vasectomia – cirurgia que interrompe a circulação dos espermatozoides, durante muito tempo era o mesmo que falar em engordar, ficar menos potente e perder o desejo sexual. Com o passar do tempo, mitos como esses caíram por terra e a cirurgia passou a ser vista sem “preconceito”.

De acordo com o médico urologista Ari Miotto Júnior, dois fatores contribuíram para que a cirurgia fosse procurada com mais frequência pelos homens, que perderam o medo, nos últimos cinco anos: popularidade e informação.

“Primeiro que houve um aumento de pacientes que fizeram a cirurgia e com isso uma difusão da ideia de que ela não causa problema. Segundo, com o acesso à informação, como a internet e a mídia, eles começam a ver que vasectomia não traz aqueles mitos”, afirma.

Os fatos de o SUS (Sistema Único de Saúde) fornecer a cirurgia de graça e de os planos de saúde terem regulamentado a vasectomia, assim como a questão de a cirurgia esterilizadora masculina ser mais simples que a laqueadura (feminina), também facilitaram o acesso ao procedimento.

“Os pacientes perguntam mais sobre a técnica, anestesia, quanto tempo vai ficar afastado do trabalho, se exige um cuidado especial, e coisas assim. As dúvidas sobre os mitos são de cinco anos atrás e não existem mais”, garante.

Só em 2012, pela rede pública de saúde, 403 homens fizeram a cirurgia, de acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Em 2013, até o mês de outubro, foram 321 cirurgias.

“É uma cirurgia rápida. Marquei em um sábado e durou menos de uma hora. Foi tranquilo e 20 dias depois fiz a retirada dos pontos. As pessoas acham que o homem não funciona depois. Mas funciona normalmente”, comenta o bombeiro Nelson Menezes de Souza, 43 anos, que fez a vasectomia em 2006, no Hospital da Mulher, pelo SUS.

Antes de passar pelo procedimento cirúrgico, o paciente é submetido a vários testes e entrevistas, inclusive com a esposa. “Minha mulher não queria operar. Como a cirurgia feminina é muito mais complicada, resolvi fazer em mim”, lembra.

Apesar de a vasectomia ser utilizada com frequência como método contraceptivo, o procedimento, denominado de cirurgia esterilizadora masculina, pode ser indicado no tratamento de doenças como infecções nos testículos e epidídimo, explica Ari.

Cirurgia – A vasectomia é definida pelo Ministério da Saúde como procedimento cirúrgico que impede o homem de ter filhos. A cirurgia interrompe a circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que desembocam na uretra, impedindo a gravidez.

Para que um homem realize a cirurgia, o Ministério da Saúde estabelece alguns critérios: o paciente deve ter no mínimo 25 anos de idade; ter no mínimo dois filhos vivos; ter estabilidade conjugal (se estiver casado); haver comum acordo do casal; e existir indicação psicológica e/ou social.

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