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Capital

Internada em estado grave, mulher não sabe que marido morreu em acidente

Lidiane Kober | 18/09/2014 09:49
Antônio e Marli estavam juntos há 25 anos (Foto: Arquivo/familiar)
Antônio e Marli estavam juntos há 25 anos (Foto: Arquivo/familiar)

Internada em estado grave na Santa Casa, Marli Bueno dos Santos, 48 anos, não sabe que o marido, Antônio Francisco da Silva, 59 anos, morreu em acidente, no Bairro Carandá Bosque, no último domingo (14). Ele, segundo as filhas, era o “esteio da família” e sua morte as deixou “sem chão”.

Por volta das 7h30 do domingo, o casal seguia em uma moto Yamaha YBR 125 pela Avenida Nelly Martins, Via Parque, em direção ao Jardim Colibri para levar o presente de aniversário de um dos três netos. No meio do caminho, a moto colidiu com um Peugeot, conduzido por Alisson Bruno da Silva, de 24 anos. O boletim de ocorrência do acidente informa que o jovem estava com sinais de embriaguez.

Antônio morreu na mesma manhã e sua esposa, com quem vivia há 25 anos, segue internada em estado grave na Santa Casa. Ela já passou por uma cirurgia e precisa de mais duas. “Minha mãe fraturou o bacia, o fêmur e o pé”, contou Vanessa Caroline dos Santos Schaefer, de 27 anos.

Ainda em estado de choque, Marli não sabe da morte do marido. “Não tivemos coragem de contar e ela nem pergunta, acho que, no fundo, já sabe, mas não quer ter a certeza”, avaliou a outra filha, Roberta Milena Santos Silva, de 19 anos.

Além de perder o pai, as três filhas do casal tornaram-se responsáveis pela mãe. “Esse acidente virou nossa vida de ponta cabeça, perdemos o chão”, comentou Vanessa. Segundo ela, Antônio era o “esteio da família”. “Levava minha mãe para trabalhar, pagava a minha faculdade de medicina veterinária, cozinhava para a gente, era um paizão e um avozão”, comentou Roberta.

Segundo as jovens, a maior alegria do pai era “reunir a família e cozinhar para os filhos e netos”. “Ele adorava fazer escondidinho, rosca, doce. Era só chegar em casa que ele ia para a cozinha fazer pipoca e café”, lembrou Vanessa. Antônio também tinha prazer em ver o Santos, seu time do coração, jogar.

Mas a maior paixão, segundo as filhas, era ficar ao lado dos três netos, de 6 meses e 4 e 5 anos. “Ele não se importava em ver um filme ao lado deles pela sétima vez, também assistia muito desenho e adorava pintar com as crianças”, contou Vanessa.

Fora o lado familiar, Antônio, conforme as filhas, era “responsável e cuidadoso no trânsito”. “Jamais bebeu uma latinha (de cerveja) antes de dirigir”, garantiu o namorado de Roberta, Brendon Moreira, 21 anos.

Abalados com a perda, a família promete lutar para o caso não ficar impune. “Temos seis testemunhas que afirmam que ele (Alisson) só não fugiu do local do crime, sem prestar socorro, porque uma mulher tirou a chave ignição e outro homem o segurou”, relatou Brendon.

Ele e as duas jovens foram até o local do acidente. “Quem ligou para pedir socorro foi uma moça que fazia caminhada pela região”, contou Vanessa. Para piorar a situação, os três afirmam que, ao lado das testemunhas, foram “provocados” por Alisson e por uma tia dele.

Filha não sabe o que será de sua vida sem o pai e com a mãe internada em estado grave (Foto: Marcelo Calazans)
Filha não sabe o que será de sua vida sem o pai e com a mãe internada em estado grave (Foto: Marcelo Calazans)
Segundo namorado de uma das filhas, Antônio jamais aceitou dirigir depois de ingerir álcool (Foto: Marcelo Calazans)
Segundo namorado de uma das filhas, Antônio jamais aceitou dirigir depois de ingerir álcool (Foto: Marcelo Calazans)
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