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Capital

Acusado de dirigir bêbado não presta assistência a filhos da vítima e some

Lidiane Kober | 17/09/2014 18:22
Jovens perderam o pai e cuidam da mãe, internada na Santa Casa em estado grave (Foto: Marcelo Calazans)
Jovens perderam o pai e cuidam da mãe, internada na Santa Casa em estado grave (Foto: Marcelo Calazans)

Acusado de dirigir bêbado e de não prestar socorro às vítimas, Alisson Bruno da Silva, de 24 anos, não deu, até agora, nenhum tipo de assistência à família do motociclista Antônio Francisco da Silva, 59 anos, que morreu em acidente, no início da manhã de domingo (14). Só no funeral, os filhos gastaram R$ 5 mil e precisam de mais R$ 1,8 mil para pagar a primeira das três cirúrgias que a mãe, Marli Bueno dos Santos, 48, precisou realizar para se recupar da tragédia.

Por volta das 7h30 do domingo, Antônio e a esposa seguiam em uma moto Yamaha YBR 125 pela Avenida Nelly Martins, no Bairro Carandá Bosque, em direção ao Jardim Colibri para levar o presente de aniversário de um dos três netos. Na segunda-feira (15), a criança completou 5 anos.

No meio do caminho, a moto colidiu com um Peugeot, conduzido por Alisson. O boletim de ocorrência do acidente informa que o jovem estaria com sinais de embriaguez. Ele, no entanto, se recusou a realizar o teste de bafômetro, mesmo assim, acabou preso “por conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool, ou outra substância psicoativa que determine dependência”. Depois, pagou fiança e foi liberado.

Três dias depois do acidente, segundo a filha do casal, Roberta Milena Santos Silva, 19, e a enteada de Antônio, Vanessa Caroline dos Santos Schaefer, 27, o motorista do Peugeot “desapareceu”, sem prestar qualquer tipo de assistência à família. “Até o perfil dele no Facebook ele deletou”, comentou Roberta.

Segundo as jovens, Antônio era o “esteio da família”. “Levava minha mãe para trabalhar, pagava a minha faculdade de medicina veterinária, cozinhava para a gente, era um paizão e um avozão”, comentou Roberta. “Agora, nossa vida mudou de ponta a cabeça, perdemos o chão”, completou Vanessa.

Além de perder o pai, as jovens passaram a ser responsável pela mãe, internada em estado grave na Santa Casa. "Ela passou por uma cirúrgia e precisará de outras duas. Ela conta com convênio, mas temos que pagar só pelo primeiro procedimento R$ 1,8 mil de fator participativo", afirmou Vanessa.

Sem socorro – A revolta, conforme as filhas, será maior se o caso for esquecido e o motorista sair impune. “Temos seis testemunhas que afirmam que ele só não fugiu do local do crime, sem prestar socorro, porque uma mulher tirou a chave ignição e outro homem o segurou”, relatou o namorado de Roberta, Brendon Moreira, de 21 anos.

Ele e as duas jovens foram até o local do acidente. “Quem ligou para pedir socorro foi uma moça que fazia caminhada pela região”, contou Vanessa. Para piorar a situação, os três afirmam que, ao lado das testemunhas, foram “provocados” por Alisson e por uma tia dele.

“Ele me chamou de babaca e ela pegou o chinelo na mão e saiu ameaçando as testemunhas e partiu para cima de mim”, garantiu Brendon. “Eles repetiam toda hora que acidentes acontecem todos os dias e o motorista só se preocupava com o estado do carro”, acrescentou Roberta. “Ele ficou me encarando o tempo todo”, completou.

Para Vanessa, Alisson “assumiu o risco de matar ao beber e dirigir”. “A Lei Seca está aí e precisa ser cumprida. Esse motorista deve assumir a responsabilidade e pagar pelo que fez, não é justo sair impune”, avaliou.

A reportagem entrou em contato com o motorista do Peugeot, mas ninguém atendeu a ligação.

No dia do acidente, família afirma ter sido provocada por parentes do motorista, que tiraram o chinelo para ameaçar testemunhas (Foto: Arquivo/familiar)
No dia do acidente, família afirma ter sido provocada por parentes do motorista, que tiraram o chinelo para ameaçar testemunhas (Foto: Arquivo/familiar)
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