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Capital

Internos do presídio federal vão fazer curso técnico 100% à distância

Aline dos Santos | 10/06/2013 11:35
Sistema federal abriga os presos mais perigosos do Brasil. (Foto: Minamar Júnior/Arquivo)
Sistema federal abriga os presos mais perigosos do Brasil. (Foto: Minamar Júnior/Arquivo)

O ano escolar vai começar no segundo semestre no presídio federal de Campo Grande. Com 40 vagas, serão abertas as aulas do curso técnico em administração. A grade curricular foi planejada para atender as rígidas normas do local, que vão além de não colar na prova. O sistema federal abriga os presos mais perigosos do país.

De acordo com a coordenadora de Educação à Distância do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), Edilene Oliveira, o curso, que faz parte de um projeto piloto, foi criado especialmente para os internos. A parceria é com o Depen (Departamento Penitenciário Federal).

O modelo será bem tradicional, não comportando nenhuma tecnologia, como acesso a computador ou aulas transmitidas via satélite. “No presídio, não tem sinal. Vamos enviar material didático e as atividades. Será 100% à distância”, afirma a coordenadora. Desta forma, as lições serão cumpridas e enviadas para correção.

Ao término de cada uma das 24 disciplinas, será aplicada prova. Nesta etapa, mais restrições. Os exames serão enviados ao presídio e aplicados pela equipe do local, sem a presença dos professores. Na sala,  no dia da prova, no máximo quatro alunos. “Dentre as disciplinas, têm ética, administração, marketing, língua estrangeira”, cita Edilene Oliveira. A escolha por técnico administrativo foi porque não exige período de estágio.

Com carga-horária de 1.020 horas, o curso terá duração de dois anos. Ao término, os alunos vão receber certificados. Durante a estadia em Campo Grande, o traficante Luiz Fernando Costa, o Fernandinho Beira-Mar, tentou cursar gestão financeira. Contudo, a Justiça proibiu o acesso à internet.

Desde o ano passado, os presos da penitenciária federal têm direito a reduzir a pena pela leitura. A cada livro lido, são quatro dias de remição. Em Campo Grande, a biblioteca do presídio federal tem 3 mil livros e dois mil. São vetados textos que incitem a violência ou que forneça, por exemplo, orientações sobre táticas de guerrilha. São permitidos livros religiosos, bíblicos, romances e ficção.

Hoje, cumprem pena na Capital presos como o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e João Arcanjo Ribeiro, apontado como um dos chefes do crime organizado em Mato Grosso.

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