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Capital

Investigado, comércio já responde ação por cobrar R$ 3 mil “para trocar 1 pneu”

No ano passado, consumidora se sentiu lesada ao trocar 1 pneu e acabar sendo induzida a fazer outros serviços

Por Viviane Oliveira | 05/03/2024 11:53
Fachada da loja de pneus na Avenida Eduardo Elias Zahran (Foto: Henrique Kawaminami)
Fachada da loja de pneus na Avenida Eduardo Elias Zahran (Foto: Henrique Kawaminami)

Denunciada à polícia por golpe a consumidores, a Champions Pneus e Rodas, localizada na Avenida Eduardo Elias Zahran, em Campo Grande, já responde ação na Justiça por práticas abusivas. Em julho do ano passado, consumidora se sentiu lesada ao trocar 1 pneu e acabar sendo induzida a realizar outros serviços, pagando o total de R$ 3.480.

Conforme a ação apresentada, a empresa teria se aproveitado da falta de conhecimento da cliente para obter mais ganhos, com a equipe técnica apontando diversas irregularidades no carro que não existiam ou não havia necessidade de troca naquele momento.

A consumidora tinha a intenção de trocar apenas um pneu, mas acabou comprando 4 pneus ecológicos, pagou por reparos das rodas e geometria do veículo nas 4 rodas e válvula do pneu, entre outras despesas menores.

O advogado que apresentou a peça considerou desnecessário a geometria, que foi o serviço mais caro. "Cabe ressaltar que o serviço de geometria do veículo foi o mais caro para um procedimento que seria simples com cambagem e balanceamento do veículo, nesse caso o nome passou para geometria que somente é utilizado quando há colisão que atingiu o eixo do veículo”.

Revoltada com a situação e após se informar, a consumidora procurou o Procon para que fosse solucionado o conflito existente entre as partes. Foi feito então acordo extrajudicial. O dono da loja se propôs a devolver a quantia de R$ 1.250 em duas prestações de R$ 625. Como somente uma parcela foi paga, a consumidora procurou a Justiça. Além do ressarcimento, ela alega que sofreu danos morais e pede indenização. Ainda não houve manifestação do empresário, o assunto deve ser discutido pela primeira vez em audiência este mês.

Prisão -  João Lopes de Freitas, de 62 anos, que é proprietário da loja, foi preso ontem (4) por estelionato, depois de denúncia de cliente. Ele vai passar por audiência de custódia nesta terça-feira.

Conforme registro policial, a PM (Polícia Militar) foi acionada por mulher que diz ter sido vítima do esquema. Ela relatou que havia deixado seu carro, um Ford Fiesta, na loja para trocar pneus e foi informada que o serviço ficaria por cerca de R$ 500.

Mais tarde, o estabelecimento informou que, na verdade, precisaria cobrar R$ 2,6 mil da dona do veículo, que supostamente estava com duas rodas amassadas. A cliente não aprovou o orçamento e informou que mais tarde passaria para buscar o carro. Quando chegou ao comércio, porém, foi informada de novo valor por “serviço prestado”.

Ainda conforme relatou à polícia, ela precisaria desembolsar R$ 6,8 mil para levar o carro do local. Embora ela não tivesse autorizado o serviço, as rodas haviam sido retiradas e a vítima foi informada que, “já que estavam amassadas”, não seria seguro que fossem recolocadas. A mulher informou ainda que com o carro retido, foi constrangida a assinar documento sob o pretexto de evitar que o veículo fosse guinchado do local.

Ela afirma que percebeu, logo depois, que na verdade se tratava de uma ordem de serviço e então acionou a polícia. Ainda de acordo com a PM, o empresário tentou dar “carteirada”, dizendo que faria contato com um suposto coronel da Polícia Militar para “ajudar” a resolver o imbróglio. Depois, ele voltou atrás disse que foi um mal entendido. Diante da versão da loja, a defesa nega que a cliente tenha deixado o carro na loja por livre e espontânea vontade.

“Claro que ela teve problema para pagar. Uma conta que era R$ 500, se transformou em R$ 2.600 e em R$ 6.800. E quando a defesa se refere a isso, não se refere à falta de recursos para pagar. Mas tão somente ao fato de a empresa não cumprir o que foi acordado desde o início e ficar esticando o valor ao ver a possibilidade de ela pagar mais”, afirma a advogada Maria Isabela Saldanha.

Após a divulgação, surgiram várias reclamações semelhantes. Mas o gerente nega a existência de outros casos.

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