Investigadores confirmam que ex-esposa de PM foi morta com 2 tiros
Versão de acusado é que ele não sabia que era Luciana
Dois investigadores de Polícia Civil foram ouvidos nesta terça-feira pela Justiça e confirmaram que a agente de saúde Luciana Chaves Farias, de 35 anos, morta na madrugada de 30 de janeiro deste ano, foi atingida por dois tiros.
Um deles acompanhou o exame necroscópico no corpo sendo verificado os dois ferimentos. O réu confesso, o ex-marido de Luciana, o policial militar Paulo Cesar Lucas, declarou à Polícia Civil que atirou na ex-esposa porque se assustou.
O advogado dele, Rubens Barbirato, explica que Paulo dormia quando Luciana “abriu de uma vez a porta e ele [Paulo] se assustou”. Imaginando que poderia ser algum ladrão, ele pegou a arma que estava “no banco ao lado onde ele estava deitado na rede” e atirou.
O advogado diz que Luciana abriu bruscamente a porta da quitinete onde Paulo estava morando. Segundo ele, a porta é de madeira e velha e quando a mulher abriu o barulho foi alto e Paulo pensou que tivesse alguém arrombando. “O trinco está quebrado até hoje”.
Outras duas testemunhas de acusação também seriam ouvidas nesta terça-feira, entre elas um policial. No entanto, eles não foram e o MPE (Ministério Público Estadual) desistiu das oitivas.
Nesta quarta-feira duas testemunhas de defesa serão ouvidas em Ponta Porã. De acordo com Rubens Barbirato, são policiais que já trabalharam com Paulo. Outra testemunha de defesa, um ex-policial que já atuou com o acusado, prestará depoimento por carta precatória, em São Paulo.
A audiência de defesa em Campo Grande está marcada para o próximo dia 24, às 15 horas. O advogado disse ainda que o cliente dele tem vários elogios recebidos ao longo da carreira como policial militar e uma pessoa de boa índole.
Paulo e Luciana viveram juntos por 16 anos e na data do crime estavam separados havia duas semanas. Familiares declararam em juízo que ambos costumavam ingerir bebidas alcoólicas constantemente e a relação era marcada por ciúmes.
E o ciúmes é uma das hipóteses levantadas sobre o motivo que teria levado Luciana a ir em plena madrugada ao local onde o ex-marido estava. Para ajudar a esclarecer os fatos, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, presidente da ação penal, determinou a quebra de sigilo telefônico da vítima e do autor, o qual ainda não foi ouvido em juízo.