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Capital

Investigados no 'caso Nando' dão pista sobre assassinato de Alceu Bueno

Guilherme Henri e Yarima Mecchi | 28/11/2016 17:43
Alceu Bueno durante uma sessão da Câmara, quando ainda era vereador (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Alceu Bueno durante uma sessão da Câmara, quando ainda era vereador (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Interrogados no caso das 12 mortes, exploração sexual e tráfico de drogas no bairro Danúbio Azul, em Campo Grande, revelaram uma “pista” sobre o assassinato do ex-vereador Alceu Bueno. A informação é da titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e a Juventude) Aline Sinott, repassada por ela ao Garras (Delegacia de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).

O homicídio de Alceu já completa 68 dias, ainda sem solução. Alceu foi capturado possivelmente logo após sair da empresa dele, o Depósito Bueno, na avenida Coronel Antonino. Mas, o cadáver carbonizado só foi encontrado na manhã do dia seguinte, na região do Parque dos Poderes.

Segundo a delegada, durante as investigações da operação “Danúbio Livre” foram ouvidas mais de 50 pessoas. “Uma delas revelou a pista sobre o caso do ex-vereador. Tudo que posso dizer é que nenhum dos meninos que estão envolvidos com os 'desaparecidos' tem ligação com o caso e a ‘dica’ leva a outro bairro da Capital e não ao Danúbio Azul”, revela.

Secretário de segurança José Carlos Barbosa, delegada Aline Sinott e delegado geral Marcelo Vargas em coletiva na Acadepol (Foto: Marina Pacheco)
Secretário de segurança José Carlos Barbosa, delegada Aline Sinott e delegado geral Marcelo Vargas em coletiva na Acadepol (Foto: Marina Pacheco)

A delegada adiantou que até então o depoimento era dado como especulação. No entanto, garante que o delegado Edilson dos Santos, titular do Garras, se aprofundou na história.

A investigação segue em absoluto sigilo. O Campo Grande News tentou contato com o delegado, porém não foi recebido em nenhuma das duas vezes que foi até a delegacia.

No mês passado, em entrevista, o delegado havia revelado que pediu mais 30 dias de prazo para concluir as investigações. Na ocasião, também informou que os trabalhos estavam avançados.

Dor e Angústia – Receosa, a esposa do ex-vereador, Iolanda Bueno, afirma que não gosta de tocar no assunto. Porém, nesta segunda-feira (28), disse que “está achando o trabalho da polícia um pouco lento”.

“Minha vida mudou por completo, mas não tenho mais o que acrescentar. A polícia apenas me disse que ainda não tinham novidades”, diz.

Carbonizado - A princípio, Bueno passou o dia 20 de setembro na empresa dele. Conforme a família disse à polícia, o empresário deixou o depósito por volta das 21h30 e este também foi o horário do último contato que familiares tiveram com ele, por telefone.

Equipe da perícia no local em que o corpo do ex-vereador foi encontrado carbonizado (Foto: Fernando Antunes)
Equipe da perícia no local em que o corpo do ex-vereador foi encontrado carbonizado (Foto: Fernando Antunes)

O empresário dirigia seu veículo, um Land Rover, que não foi encontrado a princípio. Ele foi morto por estrangulamento e a polícia acredita que o local onde o corpo foi encontrado foi utilizado só para a desova.

Vídeo – Uma das primeiras provas analisadas pela Polícia Civil foi um vídeo que mostra o momento em que duas pessoas ateiam fogo no corpo do ex-vereador. As imagens são do circuito de câmeras de um condomínio ao lado do terreno baldio onde o corpo de ex-vereador foi abandonado.

Veículo – O veículo de Alceu foi encontrado no dia 23 de setembro, em Ponta Porã – a 323 km de Campo Grande. O Land Rover Freelander 2 estava completamente queimado, o que dificultou a identificação de imediato.

Inquérito para apurar homicídio doloso e ocultação de cadáver continua aberto. Ninguém foi preso ainda.

Veículo do ex-vereador encontrado em Ponta Porã completamente queimado (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
Veículo do ex-vereador encontrado em Ponta Porã completamente queimado (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Exploração sexual - Alceu Bueno foi condenado em dezembro do ano passado, a oito anos e dois meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de exploração sexual de vulnerável, mas cumpria o processo em liberdade, enquanto aguarda o recurso da sua defesa.

Ele foi filmado por pelas duas meninas, de 15 anos, durante programa sexual. O vídeo foi usado, depois, para extorqui-lo.

O esquema se tornou público no dia 16 de abril de 2015, quando uma equipe da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) prendeu o ex-vereador Robson Martins e o empresário, Luciano Pageu, pelo crime de extorsão, por conta de denúncia feita por Bueno.

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