Irmã de paciente psiquiátrico será ouvida em delegacia e depois liberada
Mulher foi conduzida pela Polícia Militar após recusar entrar na ambulância para levar paciente para casa
A irmã de Maximiliano Mendes Echeverria, de 35 anos, conduzida para a delegacia na manhã desta segunda-feira (5), será ouvida e liberada. De acordo com o delegado Felipe Madeira, a mulher não foi presa em flagrante e caso foi registrado como abandono de pessoa com deficiência em hospital ou congêneres na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.
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Katiucia Mendes Echeverria, 34 anos, foi levada por equipe da PM (Polícia Militar) após se recusar a entrar em uma ambulância do Hospital do Pênfigo. Segundo o boletim de ocorrência, a equipe médica foi quem acionou a equipe policial por receio de chegarem à casa da família e serem recebidos de “forma hostil, prezando por sua integridade física”.
Ainda de acordo com o registro, os policiais foram informados pela assistente social do hospital que o paciente, portador de necessidades especiais, havia recebido alta médica e dependia de cuidados em tempo integral. Mas por se tratar de patologia psiquiátrica, não deveria ser mantido internado em hospital e mantê-lo na unidade representaria maior risco de vida por “questões infecciosas”.
Com isso, a representante do hospital alegou ainda que a curatela do paciente era da mãe e que ela se recusava a receber a alta de Maximiliano. Os policiais então foram ao hospital e quando chegaram, a ambulância já estava pronta com o homem e a irmã se recusava a acompanhar a equipe até a casa da mãe, dizendo que só sairia de lá para a delegacia.
Os militares então conduziram a mulher até a Depac Cepol, onde o caso foi registrado como "abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres". No entanto, ela não foi presa em flagrante e após ser ouvida, será liberada.
“Ela foi conduzida, mas não vou prendê-la em flagrante. Ela, o pai e a mãe estão como suspeitos de praticar o crime do estatuto da pessoa com deficiência. Vou ouvir ela e o hospital e o procedimento será encaminhado para ser apurado melhor para a delegacia de área”, pontuou Felipe.
À reportagem, a advogada da família, Tereza Souza de Arruda, classificou a ação policial como abuso de autoridade e alegou que cobrará o hospital sobre o procedimento. “Entendemos que a prisão é ilegal, ela não se negou em momento algum a cuidar do irmão, só queria mantê-lo no hospital por não ter estrutura em casa. A mãe não é responsável por ele e não há nenhuma ordem judicial pedindo para ele sair de lá, assim como não para ele ficar”, alegou a defensora.
Tereza também afirmou estar indo protocolar novo pedido para que Maximiliano fique no hospital até a decisão final da Justiça.
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