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Capital

Já são duas semanas sem homicídios e queda de 63% dos roubos em Campo Grande

O começo de março foi marcado por sete assassinatos em Campo Grande. Nos últimos 15 dias não houve registros do crime

Geisy Garnes | 01/04/2020 17:58
Segundo o TJMS, as audiências de custódia por prisões em flagrante froam reduzidas em 26% (Foto: Divulgação PCMS)
Segundo o TJMS, as audiências de custódia por prisões em flagrante froam reduzidas em 26% (Foto: Divulgação PCMS)

A quarentena decretada como medida de prevenção ao contágio do coronavírus, a covid-19, não reduziu apenas o número de pessoas nas ruas de Campo Grande, influenciou também nos crimes registrados na cidade nas últimas duas semanas. Os homicídios foram zerados e se comparados ao mesmo período do ano passado, os roubos tiveram uma redução de 63%.

Essa redução é vista também em outros crimes, como furto, violência doméstica e até feminicídios.

O começo de março foi marcado por sete assassinatos em Campo Grande, segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Desde o início do isolamento social, no dia 18 de março, mais nenhum homicídio foi registrado.

O crime mais violento neste período foi o roubo seguido da morte do contador Aparecido Ferreira da Silva, de 49 anos. Os dois assassinos, de 19 e 20 anos, fizeram uma armadilha para a vítima e roubaram o carro dela. A ocorrência entra nas estatísticas como roubo majorado.

Quantidade- Nos últimos 14 dias, 322 furtos e 66 roubos foram registrados nas delegacias da cidade.

No mesmo período do ano passado, a realidade foi bem diferente. Foram 620 registros de furto na cidade e 182 de roubo. Os homicídios, no entanto, não tiveram alterações. Os casos de violência doméstica foram de 68 no ano passado para 46 em 2020. Casos de feminicídio também reduziram, três em 2019 contra um este ano.

A redução foi comemorada pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) em uma transmissão ao vivo nesta terça-feira, 31 de março. ““Em Campo Grande a criminalidade reduziu muito e zerou o número de homicídio. Eu tenho dito que essa pandemia não afetou só a saúde, mas também a forma e a maneira de convivência entre as pessoas. Não dito apenas a convivência familiar não, eu digo a maneira laboral também, econômica, educacional”.


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Nas audiências – A redução da criminalidade também afetou as prisões em flagrante e consequentemente, o número de audiências de custódias realizados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 1º de abril, houve uma redução de 26% nos flagrantes durante o período de quarentena e da determinação municipal do toque de recolher. O número é comparado aos das duas semanas anteriores ao decreto municipal.

Entre os dias 23 e 27 de março, 29 prisões em flagrante foram analisadas pelos juízes do plantão criminal. A média normal é de 40 audiências por semana.

Nos 15 dias anteriores a restrição de circulação, as audiências de custódia registraram sete tentativas de homicídio, uma tentativa de feminicídio, três importunações sexuais, dois estupros e dois estupros contra crianças e adolescentes.

Com as medidas o “perfil” dos crimes mudou. As prisões por embriaguez ao volante, por exemplo, desapareceram. Conforme os dados, entre os dias 9 e 13 de março, quatro pessoas foram detidas e dos dias 16 e 20, cinco motoristas foram levadas a juízo por esse crime. No entanto, desde o primeiro dia de quarentena, nenhum caso foi levado a audiência.

Agora, os crimes levados à justiça têm relação direta com a prevenção do coronavírus. São casos de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de álcool em gel, produto que desapareceu das prateleiras e motivou diversas denúncias de abuso nos preços após ser indicado para a higienização e prevenção ao vírus.

“Quatro pessoas foram presas na Capital por fabricarem irregularmente o produto e envasá-lo com rótulos falsificados para comercialização”, divulgou o TJMS.

Os crimes de furtos nesses dias de quarentena também ganharam destaque. Enquanto na semana anterior foram registrados dez furtos, nesta o número subiu para 12. Esse crime corresponde a quase a metade das prisões em flagrante registradas durante o período. Houve ainda dois roubos e flagrantes de receptação e tráfico de drogas.

O outro lado – Apesar da redução drástica nos registros de furto, a população continua sofrer com a ação dos assaltantes.

Na Vila Manoel da Costa Lima, moradores denunciam que bandidos estão aproveitando a quarentena para usar a Escola Municipal Arassuay Gomes de Castro como “porta de entrada” para o um condomínio da região. “Os meliantes entram pela escola, estouraram nossa cerca elétrica e furtam dentro do condomínio. Na madrugada do dia 30 o ladrão pulou o muro e furtou de dentro de um apartamento”, relatou um dos moradores.

A ação foi gravada por câmeras de segurança do bairro. Nas imagens é possível ver o suspeito se aproximas da escola e pular o muro. Pouco depois, volta com os objetos furtados, um deles uma bicicleta. “A escola está sem vigia, o portão do estacionamento da escola está destrancado, facilitando a entrada dos bandidos, a escola está suja, cheia de mato e muita sujeira aparente”. O suspeito do crime ainda não foi identificado.


O crime no interior – As medidas de prevenção ao coronavírus também refletiram na criminalidade no interior do Estado. Do dia 18 de março a hoje foram registrados 10 assassinatos no Mato Grosso do Sul. No mesmo período do ano passo foram 18 mortes violentas.

Neste ano, foram 33 casos de roubo e 450 furtos nos municípios do Estado. No ano passado foram, durante os 15 dias, foram 137 roubos e 857 furtos.

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