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Capital

Jovem sonhava com carreira militar e se despediu de avó antes de morrer

Nyelder Rodrigues e Michel Faustino | 21/04/2016 17:57
Amigos e familiares da vítima foram ao velório se despedir pela última vez de Victor (Foto: Marcos Ermínio)
Amigos e familiares da vítima foram ao velório se despedir pela última vez de Victor (Foto: Marcos Ermínio)

Um beijo de despedida na testa da avó, um pedido de benção e um "volto mais tarde". Esses foram os últimos momentos de Victor Hugo Garcia, de 18 anos, ao lado da família. O jovem morreu ao perder o controle de uma motocicleta Kawasaki 600cc e bater contra o muro da casa do primo, por volta das 6h30 desta quinta-feira (21), na Cohab Universitário 2. Para trás, ficaram familiares, amigos e sonhos.

Soldado recruta servindo na 9ª Cia de Manutenção do Exército, o rapaz tinha o sonho de crescer na carreira militar e se esforçava para isso.

"Ele estava bem cima do peso, e quando foi se alistar, falou para nós que iria conseguir entrar mesmo assim. Em dois meses ele emagreceu 20 kg e conseguiu. Era um garoto bastante persistente", conta a prima da vítima, Lindalva Gomes de Lima, 42 anos.

Os relatos sobre a personalidade de Victor são de um rapaz alegre, determinado e que "não tinha tempo ruim". Uma vida interrompida precocemente em um acidente de trânsito ocorrido na rua Francisco da Costa, a cinco quadras de onde ele morava com a avó e com a mãe. "O primo dele chegou ao local e reconheceu que era o Victor pela tatuagem", conta Lindalva.

Portão escostado - A moto, explica a prima, pertencia a um amigo. "Ele foi para uma festa no Bar Fly, onde trabalha esse primo. Ele voltou para casa às 5h30, tomou dois iogurtes e trocou de camisa. A avó dele já estava acordada, mas não sabia que o Victor estava de moto. Ele se despediu dela e foi encontrar o primo. O amigo dele também não sabia que ele tinha pego a moto".

Antes de chegar em casa, Victor foi até a residência de um amigo de infância, dono da moto. O jovem sabia que o amigo deixava o portão encostado e que a chave ficava em local de fácil acesso. Assim, Victor conseguiu pegar a moto e, sem saber, ficar próximo de uma tragédia. Ele não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Vestido com a farda do Exército Brasileiro, Victor está sendo velado na capela da Pax Mundial em frente ao Horto Florestal, na avenida Ernesto Geisel, desde às 16h. Ele será enterrado no cemitério Monte das Oliveiras, nesta sexta-feira (22), às 8h30.

"Convivemos pouco tempo, mas nesse período ele se mostrou bastante esforçado, muito alegre e era uma pessoa que fazia de tudo para tentar ser melhor a cada dia", discursou um dos vários recrutas que foram ao velório de Victor.

Simbolicamente, eles fizeram saudações militares e uma oração para se despedir do colega de Exército. "Lamentamos tudo isso. Foi uma fatalidade. Mas que sirva de alerta para os jovens tomarem cuidado no trânsito. A vida é uma só", frisa a prima Lindalva.

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