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Capital

Juiz determina nova perícia psiquiátrica de filha do "Pedreiro Assassino"

Novo laudo contestado pela defesa atestou que Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho não tem qualquer "retardo mental".

Adriano Fernandes | 16/11/2020 23:12
 Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho descendo de viatura da polícia em maio deste ano, quando foi presa. (Foto: Henrique Kawaminami) 
 Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho descendo de viatura da polícia em maio deste ano, quando foi presa. (Foto: Henrique Kawaminami)

A Justiça determinou que Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho, de 19 anos, que é filha de Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, o “Pedreiro Assassino” - autor confesso de 7 homicídios na Capital – passe por um novo exame de sanidade mental. Foi por conta da deficiência da jovem, que no dia 3 de novembro ela foi liberta da carceragem para aguardar o andamento do processo em prisão domiciliar

No entanto, um novo laudo pericial atestou que Yasmin não teria qualquer "retardo mental". Foi então que os advogados José Vinícius Teixeira de Andrade e Dhyego Fernandes Alfonso, que defendem a jovem, contestaram o novo resultado.  No documento os advogados criticaram o fato do exame ter sido feito por um “profissional cuja área de atuação não possuí atribuições para tanto” e solicitaram a nomeação de um outro médico psiquiatra para a realização de novo exame clínico da acusada.

O exame que contrariou a versão inicial sobre o estado mental da jovem foi feito por um psicólogo, quando na realidade, segundo a defesa, “exames de insanidade somente podem ser feitos por um médico psiquiatra”.

Diante do pedido o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri ponderou que o simples fato do laudo pericial ser realizado por psicólogo não gera nulidade, pois foi "confeccionado dentro dos padrões técnicos e científicos". Contudo, considerando que já há um documento médico que confirma que Yasmin possui as características de deficiência mental, mas o perito disse o contrário "é prudente a realização de um terceiro laudo para sanar essa possível dúvida”, opinou ao designar a perita-psquiatra Danubia Sales da Mata para que ela faça um novo exame pericial na acusada. A data do novo laudo não foi divulgada.

O caso - Yasmin e a mãe, Roselane Tavares Gonçalves, de 44 anos, são suspeitas de participar da execução do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, de 62 anos, achado morto e enterrado no quintal de casa, no dia 7 de maio, na Vila Nasser.

Em audiência sobre o caso realizada no começo de novembro, Cleber confessou ter assassinado o idoso, mas disse que a filha não teve participação. Na mesma audiência Aluizio acatou as alegações da defesa de Yasmin, que sustentam que a jovem tem “grave retardo mental” inclusive com laudo médico que atesta a sua incapacidade.

No pedido de liberdade, os advogados até argumentam que o depoimento de Yasmin no decorrer da investigação dos crimes, não deveria ter validade, em razão da condição dela de saúde mental. Na decisão, o juiz estabeleceu que Yasmin só poderá sair de casa para trabalhar no intervalo entre 06h até 19h e comparecer mensalmente em juízo.

Os advogados também tentavam a soltura de Roselaine, sob o argumento de que ela precisa tomar pelo menos cinco medicamentos, devido a um cirurgia feita no coração, mas na cadeia está recebendo apenas dois. Contudo, o pedido foi negado.  Tanto ela quanto a filha estavam detidas no presídio feminino de Corumbá.

Em série – Cleber está preso desde 15 de maio, quando confessou que matava as vítimas e enterrava os corpos. O primeiro caso a vir a tona foi o de José Leonel. Tanto ela quanto a esposa e filha estavam morando no imóvel que era da vítima, quando o corpo foi encontrado pela polícia. A partir deste caso Cleber confessou ter matado mais 6 pessoas e inclusive indicou o local onde elas estavam enterradas.

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