ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Juíza nega prisão imediata de PRF condenado por matar no trânsito

Recurso de apelação da defesa foi aceito e processo será remetido ao Tribunal de Justiça

Aline dos Santos | 05/06/2019 07:53
Ricardo Moon foi julgado em 30 de maio e condenado a 23 anos de prisão. (Foto: Marina Pacheco)
Ricardo Moon foi julgado em 30 de maio e condenado a 23 anos de prisão. (Foto: Marina Pacheco)

A juíza Denize de Barros Dodero negou o pedido de prisão do policial rodoviário federal Ricardo Moon, condenado a 23 anos pela morte de empresário e duas tentativas de homicídio em briga de trânsito. A solicitação para cumprimento imediato da pena foi feita pelo MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) na última sexta-feira.

Ontem, a magistrada, que atua em substituição legal na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, indeferiu o pedido de “prisão-pena”. Para a promotoria, o imediato recolhimento ao cárcere não fere o princípio constitucional da presunção da inocência e a liberdade de um condenado por decisão do júri faz a sociedade perder a necessária confiança na Justiça.

Segundo a magistrada, a demora em findar os processos, deveria ser discutida pelo Poder Legislativo, com a redução do número abusivo de recursos.

“Portanto, a solução deve ser o Poder Legislativo corrigir a 'causa' da doença, qual seja, reduzir, via legislativa, o número abusivo de recursos, como o médico o faz quando perquiri o diagnóstico da doença e ministra a medicação consentânea. Mas, não o imperdoável 'curandeirismo' de o Poder Judiciário prender, de forma temerária, sob a pseudo-justificativa de que existem muitos recursos e a população tem a sensação de impunidade, e essa demora pode ocasionar prescrição”.

Na decisão, a magistrada informa que não acolhe qualquer requerimento de prisão, formulado com fundamentos genéricos, com natureza de antecipação de pena, antes do trânsito em julgado. A juíza aceitou o recurso de apelação da defesa e, após manifestação do Ministério Público, o processo será remetido ao Tribunal de Justiça.

No dia 30 de maio, por maioria dos votos, os jurados – cinco homens e duas mulheres - decidiram pela condenação do policial pela morte do empresário Adriano Correia do Nascimento e pelas tentativas de homicídio contra Vinícius Cauã Ortiz Simões e Agnaldo Espinosa da Silva, após briga de trânsito em 31 de dezembro de 2016.

O policial alegou legítima defesa e que fez os disparos para cessar uma tentativa de atropelamento. Ele chegou a ser preso após o crime, usou tornozeleira eletrônica e respondeu ao processo em liberdade. 

Nos siga no Google Notícias