ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Justiça impõe calendário para desafogar fila da radioterapia

Decisão cria cronograma para que tempo de espera seja de no máximo um mês a partir de outubro

Aline dos Santos e Ricardo Campos Jr | 11/01/2018 12:24
Hospital do Câncer deve ativar novo aparelho no prazo de 30 dias. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Hospital do Câncer deve ativar novo aparelho no prazo de 30 dias. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

A Justiça escalonou a fila da radioterapia, serviço prestado em uma única clínica de Campo Grande pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e determinou multa de R$ 20 mil para cada paciente em caso de descumprimento. A radioterapia é uma das etapas da luta contra o câncer.

Em outubro de 2017, a Defensoria Pública entrou com ação contra a prefeitura de Campo Grande e o Estado, apontando que havia 192 pacientes na fila à espera de tratamento. O pedido era de ampliação, no prazo de 15 dias, dos serviços de radioterapia para zerar a fila. As medidas incluíam contrato emergencial ou transferência de pacientes para outros Estados.

Na decisão, datada de novembro do ano passado, o titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, juiz David de Oliveira Gomes Filho, afirma que o tema é uma questão delicada - a vida e possibilidade de agravamento do quadro de saúde dos pacientes-, mas considera o prazo de 15 dias inviável e que toda despesa da administração pública está sujeita às regras rígidas.

O magistrado determinou o escalonamento da espera. Desta forma, até primeiro de fevereiro o tempo de espera na fila não poderá ser superior a cinco meses. Na data de primeiro de abril, o tempo de espera não deve ultrapassar quatro meses.

Em primeiro de junho, o prazo máximo de espera cai para três meses. No mês de agosto, o tempo de espera na fila não poderá ser superior a dois meses. A última data do cronograma é primeiro de outubro, com prazo de até um mês de espera pela radioterapia.

A Defensoria recorreu ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para que o calendário fosse mais célere, com redução para um mês de espera a partir de junho de 2018. O tribunal aponta que a questão é complexa e será analisada de forma aprofundada no julgamento do mérito.

Rede - Na Capital, são habilitados para o serviço de radioterapia a Santa Casa e o Hospital de Câncer Alfredo Abrão. O primeiro repassa o atendimento para a clínica Radius, que, no ano passado, também passou a receber pacientes do Hospital de Câncer. O motivo foi reforma para que a unidade hospitalar instale um novo equipamento de acelerador linear, usado no tratamento.

No mês de outubro, em entrevista ao Campo Grande News, a direção previa ativar o aparelho, vindo de Goiás, na primeira quinzena de janeiro. Nesta quinta-feira (dia 11), o secretário estadual de Saúde, Carlos Coimbra, afirma que o aparelho deve entrar em funcionamento no prazo de 30 dias.

“O Hospital do Câncer já teve autorização do Conselho Nacional de Energia Nuclear. Acredito que nos próximos 30 dias o aparelho esteja instalado e funcionando”, diz.

O setor funcionará também no período noturno e os atendimentos devem passar de 50 para cem por dia. “Hoje, não era possível, porque o equipamento é muto velho e sem peça de reposição”, afirma Coimbra.

Conforme o secretário, Mato Grosso do Sul tem planos de expansão da radioterapia. O HU (Hospital Universitário) de Campo Grande deve ter obras a partir de março para instalação de um equipamento. A previsão é de que o hospital tenha radioterapia no fim deste ano.

No HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, o funcionamento do serviço é previsto para 2019. Aparelhos devem ser enviados para Dourados e Três Lagoas.

Prefeitura – A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informa que a fila, atualmente, tem 126 pessoas. Elas esperam param passar por uma consulta com radioterapeuta e, consequentemente, realizar o procedimento.

Na ação, antes da decisão, a prefeitura aponta a “ausência de requisitos autorizativos para concessão de tutela de urgência, frente à inviabilidade de se atender tal decisão de forma emergencial”. Assessoria de imprensa da Sesau lembra que o fim da fila foi escalonado. A expectativa é ter celeridade quando for reativada a radioterapia no Hospital de Câncer.

Nos siga no Google Notícias