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Capital

Lançadas há 16 meses, só uma obra do PAC Qualificação está concluída

Flávio Paes | 10/11/2015 15:23
Calçamento ficou pela metade e locais como o cruzamento da Alfredo Fernandes com Elpídio Espíndola (Foto:Fernando Antunes)
Calçamento ficou pela metade e locais como o cruzamento da Alfredo Fernandes com Elpídio Espíndola (Foto:Fernando Antunes)
Esposa do aposentado José Marcelo tropeçou e caiu na calçada inacabada (Foto:Fernando Antunes)
Esposa do aposentado José Marcelo tropeçou e caiu na calçada inacabada (Foto:Fernando Antunes)

Lançadas há 16 meses pelo então prefeito Gilmar Olarte (PP), das 17 frentes de obras da primeira etapa do PAC Qualificação de Vias Urbana, com investimento de R$ 115 milhões  em 400 quilômetros de pavimentação, só uma já está concluída: a do Portal Panamá, onde ficou pronta a drenagem, asfalto e o calçamento com investimento de  R$ 3,2 milhões. Na maioria das frentes, o asfalto e as galerias pluviais foram concluídos, mas falta terminar o calçamento. Nesta situação estão o Jardim Montevideo, Costa Verde, Vila São João Bosco, Vila Ravena e Recanto Pantaneiro e Mata do Jacinto.

Em alguns bairros, o serviço está se arrastando, especialmente as obras de responsabilidade da Selco Engenharia e da Engemaq Construtora Ltda, responsável pela pavimentação no Complexo Belinate. Com exceção do Sirio Libanês e Beija-Flor, onde só falta o calçamento, nas demais obras tocadas pela empresa, há ainda muito serviço para ser feito.

Neste grupo estão o Jardim Seminário etapa C (região da Morada do Sossego); o Atlântico Sul etapa C (Vila Lidia); o Jardim Seminário e o Bairro São Caetano; a etapa D da Mata do Jacinto, uma maior de R$ 35,2 milhões, sendo R$ 10 milhões só em drenagem, abrangendo inclusive a construção de um piscinão nos altos da Avenida Mato Grosso com a Rua Hiroshima. No Alto São Francisco (frente de R$ 22 milhões), só 30% do serviço está pronto. 

No Bairro Beija-Flor (complexo Sírio-Libanês, orçada em R$ 5,9 milhões), o asfalto está pronto há vários meses, mas a empreiteira Selco Engenharia abandonou o serviço sem terminar a calçada, muito embora tenha recebido da Caixa Econômica Federal o valor referente a medição de julho e a de agosto já está homologada para ser paga.

“Isto aqui é um absurdo, eles começaram a calçada e, há dois meses, abandonaram o serviço”, relata o aposentado José Marcelo de Lima, 88 anos, residente na Rua Café Suave quase esquina com a Avenida Professor José Maria Hugo Rodrigues. Em frente da casa foram feitas as duas “passarelas” da calçada e ficou sem concluir o piso-tátil e as duas faixas destinada ao plantio de grama. “Minha mulher, Maria Francisca, que também tem quase 90 anos, tropeçou na saliência, caiu e machucou a cabeça”, relata.

No outro lado da rua, onde os terrenos ficam bem acima do nível da rua (que neste trecho é uma baixada), seu vizinho não consegue entrar em casa de carro, porque foi retirado o aterro para a construção calçada que nem foi iniciada.

Aterro foi retirado e casa ficou acima do nível da rua (Fernando Antunes)
Aterro foi retirado e casa ficou acima do nível da rua (Fernando Antunes)

O problema se repete nas ruas Alfredo Fernandes e Elpidio Espíndola, onde, segundo o aposentado Feliz Arguelho, também a empreiteira deixou a calçada pela metade. “Para colocar o carro na garagem ficou complicado, porque não fizeram o rebaixamento do meio-fio”, relata.

No Jardim Belinatti, a empreiteira Engemaq Construtora Ltda abandonou há aproximadamente quatro meses as obras de drenagem e pavimentação Em trechos da rua Francisco Torraca, a enxurrada levou parte do material de imprimação (fase antecedente a aplicação do asfalto), reabrindo crateras que dificultam a travessia e o tráfego. Conforme denúncia dos próprios moradores, alguns vizinhos se aproveitam da situação para levar a pedra brita que se soltou com a ação da chuva. Os moradores estão colocando entulhos de construção para fechar as crateras abertas.

“É um absurdo que isto esteja ocorrendo. Foi dinheiro jogado fora, já que tudo estava pronto para ser feito o asfalto e agora, como enxurrada levou parte do material, será preciso refazer o serviço ”, reage com indignação Celi Mara, dona de casa, que mora na esquina da Francisco Torraca com a Rua Ivolandia, exatamente o trecho em situação mais crítica.

Está na mesma situação em várias etapas do Complexo Seminário, como do São Caetano, bairro localizado depois da Universidade Católica Dom Bosco. Lá a empreiteira responsável pela obra também é a Selco Engenharia. Nos dias de chuva alguns moradores ficam ilhados, com a água acumulados nos buracos abertos para implantação da drenagem.

Falta ouvir as empresas e a prefeitura.

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