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Capital

Mãe e amigo da família são julgados por provocar aborto em adolescente

Mulher pediu ajuda para compra de medicamento, ingerido pela jovem, que abortou no 5º mês de gestação

Silvia Frias e Bruna Marques | 30/08/2022 09:48
Julgamento está sendo realizado no auditório da 1ª Vara do Tribunal, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Julgamento está sendo realizado no auditório da 1ª Vara do Tribunal, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Duas pessoas estão sendo julgadas por terem provocado aborto em uma adolescente de 16 anos, em crime ocorrido em maio de 2017, entre elas, a mãe da jovem. O processo envolve ainda mais dois acusados, mas foi desmembrado a pedido da defesa dos réus.

Os nomes dos envolvidos serão omitidos para preservar a vítima, hoje, com 22 anos. O julgamento está sendo realizado pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, sob responsabilidade do juiz Carlos Alberto Garcete. O magistrado não permitiu imagens do plenário.

Estão sendo julgados a mãe da jovem, consultora de 43 anos, e pedreiro de 44 anos pelos crimes de provocar aborto com consentimento da vítima, associação criminosa, ocultação de cadáver e tráfico de drogas. Sobre a mãe, ainda recai corrupção de menores, previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Na denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), consta que a consultora descobriu a gravidez da filha, então com 17 anos, no dia 7 de março de 2017.

A mãe da jovem pediu ajuda ao pedreiro, amigo da família, que recorreu à enfermeira de 44 anos. A profissional recorreu a um traficante de drogas abortivas, identificado como “Fefe da Pedra”.

Foram compradas quatro pílulas do medicamento Cytotec. A negociação foi feita no Camelódromo.

A jovem tomou o medicamento ainda introduziu uma das pílulas na vagina, mas não abortou, segundo a MPMS, por conta da gravidez avançada, de 21 semanas, aproximadamente 5 meses e meio.

A enfermeira recorreu novamente ao traficante e mais quatro pílulas foram compradas. A garota abortou e o feto foi enterrado no quintal da casa da família, com ajuda do pedreiro.

O caso foi descoberto depois que a jovem contou para o namorado o que havia ocorrido. O rapaz relatou à sua mãe, que acionou a PM (Polícia Militar).

Julgamento – No júri de hoje, estão apenas a mãe da jovem e o pedreiro. A enfermeira e “Fefe da Pedra” vão ser julgados posteriormente apenas por tráfico de drogas.

A jovem, hoje com 22 anos, prestou depoimento no julgamento. Diz que sempre quis abortar e recorreu a chás e medicamentos dermatológicos, que tinham na contra-indicaçao a deformidade do feto. “Não era gravidez desejada”, afirmou.

Segundo ela, vivia relacionamento abusivo com rapaz 10 anos mais velho e que também não queria a gravidez. “Falei pra ele que eu fiz o aborto, mas desde o começo ele sabia que eu queria fazer”, disse.

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