Mais de 140 aves de abatedouro clandestino serão descartadas em Campo Grande
Veterinária aponta sinais de doença e uso de corante; suspeito preso já tinha passagem pelo mesmo crime
RESUMO
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Abatedouro clandestino é fechado em Campo Grande e mais de 140 frangos serão descartados. Aves estavam em condições precárias de saúde e higiene, apresentando sinais de desnutrição, verminose e enfermidades. Proprietário utilizava corante para simular aparência de frango caipira e enganar consumidores. José Carlos Xavier, de 62 anos, foi preso em flagrante e pode pegar de dois a cinco anos de prisão. Este é o segundo flagrante do mesmo crime; em 2021, ele foi preso por manter outro abatedouro clandestino com cerca de 200 galinhas em situação semelhante. Um segundo suspeito, responsável pela revenda das aves, conseguiu fugir.
Mais de 140 frangos encontrados em um abatedouro clandestino fechado nesta sexta-feira (22), no Bairro Los Angeles, em Campo Grande, serão descartados pelas autoridades sanitárias. Do total, cerca de 90 estavam vivos em condições precárias e terão de ser sacrificados, enquanto outros 50 já estavam mortos dentro de um galão. A ação aconteceu após a prisão de José Carlos Xavier, de 62 anos, acusado de comandar o espaço, enquanto um segundo suspeito conseguiu fugir ao perceber a chegada das equipes.
Além dos animais vivos, pelo menos 50 já estavam mortos dentro de um galão. Segundo a médica veterinária Luana Basaglia, do SIM (Serviço de Inspeção Municipal), não existe possibilidade de aproveitamento dos animais. “Esses frangos não têm procedência conhecida. Visualmente, apresentavam crista pálida, unhas muito grandes, cauda e pele lesionadas, penagem falha e até olhos avermelhados. São sinais de desnutrição, verminose e enfermidades em estágio avançado. A única saída é o sacrifício, para eliminar os riscos ao consumidor”, explicou.
Durante a vistoria, também foram apreendidas latas de corante amarelo. Segundo a investigação, o produto era utilizado por José Carlos para dar aparência de frango caipira. Depois de depenar e matar os animais, ele aplicava o corante para enganar os compradores.
As aves recolhidas vão passar por contagem e depois serão levadas a um frigorífico para abate e descarte. “Esse tipo de produção é tão precário que nem o cozimento elimina totalmente os perigos. Os animais estavam em meio a fezes e vísceras, em situação que pode até culminar em canibalismo. É um risco extremo à saúde da população”, acrescentou a profissional.
O flagrante - O espaço foi descoberto após investigação da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), que acionou a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo). No imóvel, fiscais e policiais encontraram dezenas de aves encaixotadas havia dias, com unhas crescidas, frangos mortos no chão e vísceras espalhadas.
No momento da ação, José Carlos Xavier foi preso em flagrante. De acordo com a investigação, ele era responsável pelo abate dos animais, enquanto outro homem recolhia as aves para precificação e revenda. Esse segundo suspeito conseguiu fugir ao perceber a chegada das equipes, entrando em uma área de mata próxima.
As condições sanitárias do local foram classificadas como críticas. Além de indícios de doenças, havia frangos queimados, provavelmente por permanecerem próximos ao fogão usado na depenagem. Alguns estavam desnutridos, com cauda desgastada e pele lesionada.
Reincidência - José Carlos já havia sido preso em 2021 pelo mesmo crime. Na ocasião, fiscalização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da Guarda Civil Municipal flagraram outro abatedouro clandestino, no Bairro Parque Lageado, onde cerca de 200 galinhas eram mantidas em condições precárias, sem registro sanitário. Ele confessou que abatia de 30 a 40 aves por dia, recebendo por cada uma sem inspeção oficial.
Agora, novamente autuado por manter em depósito e tentar comercializar mercadoria imprópria para consumo, o suspeito pode responder a pena de dois a cinco anos de prisão. A prisão foi decretada sem direito a fiança neste momento.
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