ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Mecânico foi morto por engano em encomenda por dívida de R$ 40 mil

Edivaldo Bitencourt e Filipe Prado | 08/05/2014 15:50
Klevin negou participação no crime, mas teria sido reconhecido por testemunhas (Foto: Marcelo Victor)
Klevin negou participação no crime, mas teria sido reconhecido por testemunhas (Foto: Marcelo Victor)

O mecânico João Ricardo Gervázio Júnior, 28 anos, foi assassinado a tiros por engano no lugar do cunhado, identificado como Emerson. Segundo a Polícia, o assassino viu a vítima de costas e o matou, achando que estava cumprindo as ordens do mandante, que tinha uma dívida de R$ 40 mil com o empresário e encomendou a sua morte para se livrar do débito.

João Ricardo foi vítima de uma grande coincidência. Ele foi até o escritório do cunhado na Vila Ieda para consertar a caminhonete de Emerson. Segundo a Polícia, neste momento, o assassino chegou e o matou a tiros.

Segundo o delegado Tiago Macedo dos Santos, titular da 4ª Delegacia de Polícia, o autor dos disparos é o mecânico Kelvin Vieira Romin, 22, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e foi preso ontem à tarde em uma conveniência do Bairro Universitário, na saída para São Paulo.

O acusado de ser o mandante do crime é Luiz Santos de Matos, o Júnior, 32. Ele também está com a prisão preventiva decretada pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. No entanto, Júnior está foragido, usando nome falso e fora da Capital, conforme o delegado.

Delegado apresentou o resultado da investigação na tarde de hoje (Foto: Marcelo Victor)
Delegado apresentou o resultado da investigação na tarde de hoje (Foto: Marcelo Victor)
Júnior é acusado de mandar matar home para não pagar dívida de R$ 40 mil (Foto: Marcelo Victor)
Júnior é acusado de mandar matar home para não pagar dívida de R$ 40 mil (Foto: Marcelo Victor)

O crime – Conforme as investigações da Polícia, Júnior contraiu um empréstimo de R$ 40 mil com Emerson, que não teve o nome completo divulgado pelo delegado. Como garantia, ele ofereceu um veículo.

No entanto, com a promessa de angariar dinheiro para pagar o financiamento, ele pegou o carro de volta e ofereceu uma herança como garantia. No entanto, Emerson descobriu que a herança seria dividida entre várias pessoas e a parte de Júnior só equivalia de 10% a 15% da dívida.

No dia 17 de março, no dia anterior ao crime, Júnior foi até o escritório e foi cobrado pelo empresário. No dia do assassinato, ele voltou a conversar com Emerson e prometeu dar um veículo para quitar a dívida.

Três minutos após a saída de Júnior, Kelvin chegou ao escritório e encontrou João Ricardo de costas, mexendo na caminhonete de Emerson. Para o delegado, ele achou que era o credor do amigo e efetuou os disparos. O assassino chegou e saiu a pé do escritório.

Segundo o delegado, ele foi reconhecido por duas testemunhas que trabalhavam em uma obra na frente do escritório.

Kelvin tem uma dívida com acusado de ser o mandante do assassinato (Foto: Marcelo Victor)
Kelvin tem uma dívida com acusado de ser o mandante do assassinato (Foto: Marcelo Victor)

Hipótese – Tiago Macedo ressaltou que Kelvin e Júnior são “amigos” e “integram o mesmo grupo criminoso”. O acusado de efetuar os disparos tem passagens na Polícia por dano, ameaça e desobediência.

Inicialmente, os policiais adotaram a linha de investigação de que a morte foi vingança. Emerson teria ajudado um amigo a recuperar uma motocicleta roubada.

No entanto, essa hipótese foi descartada quando os operários reconheceram Kelvin por fotografias mostradas na delegacia. Em seguida, chegaram a ligação dele com Júnior.

Júnior também será investigado pela morte de um traficante nas Moreninhas em junho do ano passado. Ele teria mandado executar o homem também para se livrar do pagamento de uma dívida.

Inocente – Em entrevista, durante a apresentação na 4ª DP, Kelvin negou qualquer participação no assassinato. “No dia do crime, eu estava em Bela Vista para comprar diferencial de uma F-250”, garantiu.

Ele destacou que já tinha encontrado Emerson em um campeonato de automobilismo. “Eu conheço ele, não teria matado por engano”, afirmou.

Ele contou que conhece Júnior. “Ele me deve R$ 22 mil por um carro que vendi”, contou o mecânico.
A Polícia indiciou os dois por homicídio doloso triplamente qualificado e por erro de pessoa.

No do assassinato, bombeiros socorreram João Ricardo, que teria sido alvo dos disparos por engano (Foto: Cleber Gellio/arquivo)
No do assassinato, bombeiros socorreram João Ricardo, que teria sido alvo dos disparos por engano (Foto: Cleber Gellio/arquivo)
Nos siga no Google Notícias