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Capital

Médico encontrado morto procurou a polícia dias antes alegando coação

Alan Diógenes | 22/01/2016 17:20
Francis, que havia registrado boletim de ocorrência por preservação do direito há poucos dias. (Foto: Reprodução/Facebbok)
Francis, que havia registrado boletim de ocorrência por preservação do direito há poucos dias. (Foto: Reprodução/Facebbok)

Exatamente 11 dias depois de registrar um boletim de ocorrência por preservação de direto, o médico Francis Giovanni Celestino, 31 anos, foi encontrado morto dentro de um veículo BMW, preto, próximo à fazenda Piana, em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande. Conforme o delegado responsável pelo caso, Edmilson José Holler, o clínico geral havia alegado à polícia que estava sendo coagido a trabalhar durante toda a noite e sem horário de descanso na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, na Capital.

O delegado trabalha com a hipótese de suicídio, já que Francis foi encontrado morto dentro do carro, que estava trancado e com a chave no contato. No peito, duas marcas de tiro de uma pistola Taurus calibre 380. “No boletim, ele disse que os colegas de profissão também estavam insatisfeitos com a obrigação de manter este ritmo de serviço na unidade de saúde. Ele pode ter se sentido pressionado”, explica Holler.

O médico foi encontrado com uma luva nas mãos. Medicamentos tarja preta estavam espalhados pelo veículo. Ele passava por tratamento psiquiátrico. A médica que o atendia será ouvida pelo delegado, para saber qual era o quadro de saúde de Francis nos últimos dias.

Sua esposa, que também é medica, familiares e funcionários da unidade serão ouvidos. O delegado apurou que o médico saiu às 5h do Samu (Serviço de Atendimento Móvel à Urgência) da Capital, onde trabalhava na emergência, e se deslocou até Sidrolândia.

Segundo o delegado, através do GPS instalado no veículo, a esposa dele foi até o local, não conseguiu encontrá-lo e retornou à Campo Grande. “Antes de ir para lá, o médico ainda saiu de um grupo de WhatsApp de amigos de profissão. Acho que agiu de forma premeditada”, mencionou Edmílson.

Funcionários da Fazenda Duas Meninas viram quando o veículo do médico entrou em uma estrada vicinal que dá acesso às plantações de soja. Foram até lá e acionaram a polícia.

Francis já havia trabalho nos postos de saúde de Sidrolândia e, por isso, o delegado acredita que o mesmo conhecia a região. “De princípio, achamos estranho encontrar um veículo de luxo no meio de uma plantação escondida, mas depois entrevistamos pessoas na cidade e funcionários das unidades de saúde reconheceram o médico que já havia trabalhado por lá, ou seja, ele sabia chegar e sair do local”.

A hipótese de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte, também não foi descartada. O corpo foi encaminhado ao IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal) da Capital, onde é realizado exame necroscópico. Exames também serão feitos nas luvas para saber se há vestígios de pólvora.

Na página do Facebook do médico, consta que ele trabalhava também no Hospital Psiquiátrico Nosso Lar e no Hospital Universitário, além de fazer uma especialização em psiquiatria. Ele também tinha um consutório particular na Avenida Coronel Antonino. Familiares e amigos deixaram suas últimas homenagens na rede social.

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