Médicos da Maternidade Cândido Mariano estão há quase três meses sem salário

Sem receber há quase três meses, médicos da Maternidade Cândido Mariano reclamam que enfrentam um “vai e volta” de pagamento de salários há pelo menos dez meses. Segundo eles, o hospital afirma que vai regularizar a situação, mas não cumpre a palavra.

São cerca de 70 profissionais, entre obstetras, pediatras e anestesistas autônomos que estão com os pagamentos atrasados. “Desde janeiro que atrasa um pagamento e no outro paga só 50%. Mas o que revoltou foi ver no Instagram da maternida o tanto de emendas parlamentares que receberam entre 2019 e 2020 e ainda assim, não nos pagam”, diz um médico.

Segundo ele, são R$ 3,8 milhões recebidos, além do repasse mensal feito pela prefeitura, de pelo menos R$ 1,5 milhão. “Sabemos que o dinheiro de emendas não pode ser usado para pagar pessoal, mas se há um recurso além, sobra pra fazer essa pagamento”, avalia.

Na página da rede social há diversas postagens de agradecimento aos vereadores responsáveis pelas emendas.

Reunião entre os profissionais e a maternidade ocorreu este ano quando o quadro de profissionais foi reduzido, na tentativa de haver menos despesa com pessoal. A redução foi nos plantões de sala de parto, onde atuavam três obstetras e dois pediatras. Com as mudanças, os números foram reduzidos para dois e um, respectivamente.

“Isso no hospital onde mais nascem crianças no Estado. Somente em 2019, foram 9 mil dos 15 mil ocorridos em Campo Grande”, disse um dos médicos.

Os funcionários contratados via CLT recebem em dia, segundo os profissionais porque “senão o Ministério do Trabalho vem em cima”.

A reportagem procurou a direção da Maternidade Cândido Mariano e um dos diretores, Daniel Miranda, confirmou o atraso no pagamento, mas não passou detalhes por não atender a parte financeira do hospital. Demais perguntas não foram respondidas até o fechamento deste material.

Na página da transparência do município, foi possível verificar que o hospital não recebe da prefeitura desde junho. De R$ 10.279.793,55 empenhados naquele mês, apenas R$ 3.576.324,30 foram pagos. Em julho, foram empenhados para repasse, R$ 2,1 milhões, mas nada foi pago.

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