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Capital

Morador terá de pagar R$ 50 mil por casa no Vespasiano Martins

Antonio Marques | 11/03/2016 13:15
Prefeito Alcides Bernal posa com a senhora Edna Marcelino, que recebeu o primeiro manual para construção da casa no Bairro Vespasiano Martins (Foto: Marcos Ermínio)
Prefeito Alcides Bernal posa com a senhora Edna Marcelino, que recebeu o primeiro manual para construção da casa no Bairro Vespasiano Martins (Foto: Marcos Ermínio)

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), esteve na manhã desta sexta-feira (11) no terreno do Bairro Vespasiano Martins, para onde estão sendo transferidas as primeiras 53 famílias da favela Cidade de Deus, e lançou o projeto de “Mutirão Assistido” para a construção de casas de alvenaria no local. Além de ajudar na obra, o morador vai pagar pelo terreno e a casa, cerca de R$ 50 mil, em 300 parcelas.

No ato, que aconteceu em parte de uma rua que está sendo aberta entre os terrenos, o prefeito entregou o manual do mutirão para que os moradores tivessem conhecimento do projeto passo a passo. Bernal disse que a casa terá 46 metros quadrados, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, com possibilidade de ser ampliada no futuro.

Ao fazer a entrega do primeiro manual à moradora Edna Marcelino, que disse estar satisfeita com a mudança, o prefeito foi questionado por algumas das pessoas que estavam no evento, que reclamaram das condições dos terrenos e da precariedade no local. “Nós viramos sapo na lagoa”, gritou uma mulher, enquanto outros falavam alto para atrair a atenção do prefeito e da imprensa sobre as más condições no bairro.

Bernal disse que aceitava a opinião de cada um sobre o local, mas que ele considerava o lugar muito bom para morar. “As pessoas que não estão contentes aqui tem liberdade para mudar, pois tem muitas pessoas precisando de uma moradia”, declarou o prefeito, sobre aplausos de parte da plateia.

A maior reclamação dos moradores que ali estão refere-se ao fato de estarem ao relento, morando debaixo de barracos de lonas. Quem tem homem na família está levantando barraco com restos de telhas e táboas, mas tem mulheres com crianças de colo sem condições de construir um barraco.

Bernal declarou aos moradores que um terreno naquele bairro custa em média R$ 40 mil. Bem em frente aos terrenos tem uma casa em alvenaria que o proprietário está vendendo por R$ 35 mil. Segundo o prefeito, cada moradia popular, que será construída com apoio técnico de engenheiros e estagiários de engenharia da prefeitura, deve custar R$ 12 mil. “Geralmente uma casa 9 meses para estar pronta. Aqui queremos entregar em 90 dias. Porém, vamos precisar da ajuda de vocês”, destacou ele.

Ao final do ato, mesmo com alguns questionamentos dos moradores por conta da mudança repentina, o prefeito tentou tranquilizá-los prometendo que cada um terá sua casa de alvenaria. “Vocês precisam ter paciência. Tudo vai melhorar. Cuidado para não serem usados como massa de manobra”, alertou Bernal.

Amanda Neli Oliveira, de 22 anos, foi uma das moradoras que conseguiu a atenção de Bernal para expressar seu desespero com a nova realidade de vida desde o início da semana, quando foi trazida do barraco da favela Cidade de Deus para o terreno sem estrutura alguma. Chorando, disse a Bernal que havia perdido tudo por conta da chuva da última terça-feira e as telhas de seu barraco foram quebradas com a transferência. O prefeito pediu paciência a ela, lembrando que toda mudança gera problema.

Moradores e técnicos da prefeitura demarcam área da primeira casa a ser construída ao custo de R$ 12 mil. Bernal disse que o terreno vale R$ 40 mil no local (Foto: Marcos Erminio)
Moradores e técnicos da prefeitura demarcam área da primeira casa a ser construída ao custo de R$ 12 mil. Bernal disse que o terreno vale R$ 40 mil no local (Foto: Marcos Erminio)
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