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Capital

Moradores reclamam de transtornos com obras de residencial no Rita Vieira III

Paula Vitorino | 27/09/2011 14:08

Danos na estrutura das casas, poeira e sujeira causam dor de cabeça para os moradores depois que rua virou entrada de serviço da obra

Poeira levanta com passagem de caminhões em rua de terra no Rita Vieira III. (Fotos: João Garrigó)
Poeira levanta com passagem de caminhões em rua de terra no Rita Vieira III. (Fotos: João Garrigó)
Placa no cruzamento de rua Lázaro com Redentor indica a entrada de serviço para obras, sinônimo de transtornos para os moradores.
Placa no cruzamento de rua Lázaro com Redentor indica a entrada de serviço para obras, sinônimo de transtornos para os moradores.

As obras de um residencial no bairro Rita Vieira III tem tirado o sono e causado prejuízos para os moradores da rua Lázaro de Souza. O problema já dura mais de 1 ano, mas se agravou desde que a via foi escolhida como entrada de serviço para a obra, há cerca de seis meses.

“Passa caminhão de 5 em 5 minutos. A gente não tem sossego. É muita poeira, a casa vive suja e a trepidação dos caminhões está abalando a estrutura”, diz a publicitária Ariani Mortari, de 27 anos.

Os moradores reclamam da poeira intensa, rachaduras e danos na estrutura da casa, sujeira, barulho e problemas respiratórios. A rua é de terra e os caminhões levantam poeira a cada vez que passam. Em pouco tempo no local, a reportagem constatou que os veículos passam praticamente seguidos um do outro.

A vizinhança questiona o porquê da via ter sido escolhida para ser passagem dos caminhões do residencial, sendo que a entrada do condomínio depois de pronto será pela Avenida Três Barras, que não tem residências ao lado da construção.

“A gente acha que é porque não querem estragar o asfalto da avenida e abalar a estrutura dos próprios prédios da construtora. Aqui é de chão mesmo, é mais fácil para eles”, dizem os moradores.

Entre os vizinhos, o boato é de que a construtora vai asfaltar a via depois do fim da obra e abrir uma entrada do residencial também pela Lázaro.

Dores de cabeça - A publicitária Ariani mora há 3 anos na casa, logo após a construção do imóvel e o seu casamento. Ela diz que o prédio recém construído começou a apresentar problemas com o início das obras de fundação do residencial.

“Apareceram rachaduras e o rejunte da garagem caiu. Começou bem na época das primeiras movimentações da obra, quando desmataram o terreno e fizeram a fundação. Depois a trepidação dos caminhões só piorou a situação”, frisa.

Na casa da vizinha Renata, de 27 anos, também apareceram rachaduras e o gesso de vários cômodos caiu. Mas ela diz que o maior sofrimento é com a poeira levantada pelos caminhões, já que sua filha de 1 ano e 3 meses tem problemas constantes de respiração.

“Quando ela era recém nascida tivemos muito problema, ela não dormia e mesmo com umidificador de ar a sua respiração era difícil. Agora é terrível a poeira e mesmo quando a terra está molhada é difícil”, diz.

Moradores dizem que rachaduras apareceram nas casas, gesso e rejuntes caíram.
Moradores dizem que rachaduras apareceram nas casas, gesso e rejuntes caíram.

A moradora diz que recentemente a construtora do residencial, Rossi Empreendimentos, começou a jogar água na via com caminhão pipa, na tentativa de amenizar a poeira, mas o trabalho é feito algumas vezes por mês e não consegue conter totalmente a terra vermelha.

“A gente às vezes pedi para eles jogarem, mas não é todo dia, e muitas vezes nem atendem a gente. Só chovendo mesmo para amenizar, mas aí os caminhões abrem buracos na lama também”, conta.

Bem ao lado da obra, a dona de casa Josekelly Lopes de Souza, de 23 anos, também enfrenta dificuldades por conta do filho de 9 meses e do adolescente que passou por cirurgia recente.

“Tem dia que não consigo ficar em casa. Tenho três filhos, uma fica na escola o dia todo, mas esse menor vive doente por causa da poeira e o outro está ficando na casa da minha mãe porque não pode ficar no meio da poeira”, conta.

Ela mora com a família em um cômodo construído no terreno da família há 1 ano e diz que precisa passar o dia todo trancada com o filho na casa porque tem medo de acontecer algum acidente com os caminhões.

“A gente não tem privacidade. Tenho que ficar trancada na minha casa, que é pequena, porque a gente não agüenta de poeira e tenho medo de acontecer algo com meu filho”, diz.

As donas de casas ainda afirmam que precisam lavar a roupa à noite ou deixar de molho porque as peças ficam vermelhas de terra se colocadas no varal durante o horário de obras.

Resposta - Em meio às reclamações dos vizinhos, a Rossi Empreendimentos pede compreensão e diz que “obras sempre causam transtornos, mas é algo pontual”.

O responsável administrativo da obra, Reginaldo Mota, esclarece que a rua Lázaro de Souza foi escolhida para a entrada de serviço provisoriamente. Segundo ele, a entrada era feita pela avenida Três Barras, mas devido a etapa recente da obra, com a pavimentação das ruas dentro do residencial, os caminhões não conseguem ter acesso ao canteiro de obras pela avenida.

“O acesso por qualquer rua ia ter reclamações. Hoje não existe moradores ao redor na avenida Três Barras, mas se existisse, também reclamariam”, frisa.

Ele afirma que a obra de pavimentação deve ser concluída em 15 dias e a entrada de serviço transferida para a Três Barras. Reginaldo também esclarece que a Lázaro de Souza não será asfaltada pela empresa e que a entrada do residencial será somente pela avenida, sendo o restando murado.

Sobre os danos na estrutura dos prédios, Reginaldo garante que foram feitas fotos dos prédios vizinhos antes do início das obras e que após o término serão comparadas com a atual situação. Ele informou que as fotos foram feitas do lado de fora dos prédios, porque muitos moradores não foram encontrados em casa.

Após a análise, se for constatado que a obra causou danos à estrutura da casa, o morador provavelmente será indenizado pela construtora, segundo o administrador.

Mota ainda afirma que o caminhão pipa molha a via todos em todos os dias de sol. “Em dias seco é muito difícil, mas quando começarem as chuvas virão as reclamações por causa da lama. Obra é algo complicado”, diz.

Ele ainda ressalta que as obras apesar dos transtornos contribuíram para a valorização da região e seus imóveis, como também a segurança.

O residencial Ideal Três Barras deve ser entregue em fevereiro de 2012, com 500 casas. Em frente, a Rossi também está construindo outro residencial, com previsão de término para os próximos 2anos.

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