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Capital

Em "pé de guerra", moradores protestam contra construção em área comunitária

Possibilidade de venda de uma parte do terreno da associação local revoltou a população

Por Judson Marinho | 05/12/2025 18:18
Em "pé de guerra", moradores protestam contra construção em área comunitária
Salão da Associação de Moradores da Vila Carlota que está inativo e cheio de mato em torno do terreno (Foto: Juliano Almeida)

Moradores da Vila Carlota, em Campo Grande, marcaram um protesto para este sábado (6), às 9h, contra a intervenção feita por um empresário em parte do terreno da Associação de Moradores. A mobilização inclui um abaixo-assinado que será enviado às autoridades para barrar a instalação de um empreendimento no local.

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Moradores da Vila Carlota, em Campo Grande, planejam uma manifestação contra a intervenção de um empresário em parte de um terreno pertencente à Associação de Moradores do bairro. O local, de 1.145 metros quadrados, está sob posse da associação há décadas, mas nos últimos quatro anos ficou abandonado. Uma nova diretoria foi eleita e promete revitalizar o espaço, com projetos como um ponto de apoio da Polícia Militar, cursos para mães e área de lazer para crianças. No entanto, um empresário do ramo de serralheria manifestou interesse em adquirir parte do terreno para construir uma escola de solda, iniciando intervenções sem autorização da comunidade. O empresário Joel Ribeiro afirma que o terreno pertence à prefeitura e que já investiu cerca de R$ 150 mil no projeto, visando oferecer cursos gratuitos para jovens. Ele alega ter procurado a prefeitura para regularizar a situação, mas a associação rejeita a iniciativa, considerando-a uma invasão ao patrimônio comunitário. A comunidade prepara uma petição e uma manifestação para pressionar as autoridades a suspender qualquer autorização concedida ao empresário, defendendo a revitalização do espaço para benefício dos moradores. A prefeitura ainda não se pronunciou sobre o caso.

O terreno, que tem no total 1.145 metros quadrados e fica localizado na Rua da Coroa, nº 325, é de posse da associação há décadas, porém, nos últimos quatro anos, o local ficou trancado, abandonado e até então sem serventia para a comunidade.

Porém, para a moradora Arlete Baumgardt, que vive na região há 55 anos, o espaço vive um momento de transição importante: uma nova diretoria foi eleita no último domingo (30) e assumirá oficialmente a gestão da associação em 2026.

Segundo ela, o local, que atualmente apresenta sinais de abandono, deve passar por um processo de restauração com a nova gestão. "Projetos para construção de um ponto de apoio da Polícia Militar, cursos para mães do bairro e uma área de lazer para crianças devem ser feitos", declarou a moradora.

Em "pé de guerra", moradores protestam contra construção em área comunitária
Moradora Arlete Baumgardt em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Juliano Almeida)

No entanto, a expectativa da comunidade por mudanças vem sendo interrompida pela presença de um empresário do ramo de serralheria, que está interessado em adquirir parte do terreno para construir uma escola de solda.

Moradores relatam que intervenções em parte do terreno da associação já começaram a ser feitas por ele, contra a vontade da comunidade, como retirada de árvores, galhos e mato, ação que despertou revolta entre a população.

Em "pé de guerra", moradores protestam contra construção em área comunitária
Parte do terreno da Associação de Moradores onde empresário cortou árvores e podou parte do mato(Foto: Juliano Almeida)

Em um momento de nova gestão da associação, os moradores estão preocupados com a possibilidade de que a criação de um empreendimento privado na área impeça a realização dos projetos comunitários previstos.

Empreendimento privado - Ao Campo Grande News, o empresário Joel Ribeiro, de 61 anos, que mora há 24 anos na região, afirma ter procurado a prefeitura para solicitar autorização para começar a intervir em parte da área de posse da associação dos moradores.

Ele explica que seu objetivo é construir uma escola de solda para capacitar profissionalmente crianças e jovens da comunidade, investimento que, segundo ele, pode chegar a R$ 150 mil. Joel também afirma que já adquiriu materiais e contratou máquinas para iniciar o projeto.

Em "pé de guerra", moradores protestam contra construção em área comunitária
Empresário Joel Ribeiro relatando sobre o processo de aquisião de parte do terreno da associação de moradores (Foto: Juliano Almeida)

“Esse é um sonho meu. Quero oferecer cursos para jovens que queiram aprender a profissão”, declarou o empresário à reportagem. Ele reforçou que o terreno pertence à prefeitura, informação que foi confirmada também pela atual gestão da associação.

Joel também detalhou à reportagem que está aguardando um retorno da Defensoria Pública para viabilizar a compra do terreno com a Prefeitura de Campo Grande.

Enquanto o processo ainda está em andamento, o empresário confirmou que foi até a área para podar árvores e cortar parte do mato presente no terreno.

Sobre as eleições para a nova presidência do bairro, Joel relatou que chegou a fazer parte de uma chapa candidata ao cargo, porém, a chapa que apoiava perdeu o pleito.

Associação rejeita a intervenção - O presidente da Associação de Moradores da Vila Carlota, Tercio Pessoa, de 77 anos, que participa da entidade há três décadas e está em fim de mandato, afirma que foi procurado por Joel meses atrás.

O empresário teria manifestado interesse em comprar uma parte da área, mas Tercio recusou a investida, explicando que o terreno era da prefeitura e não poderia ser negociado por ele.

Em "pé de guerra", moradores protestam contra construção em área comunitária
Tercio Pessoa, presidente da Associação de Moradores que está em fim de mandato (Foto: Juliano Almeida)

Segundo Tercio, durante o período eleitoral da associação, que se encerrou no último domingo (30) com eleição de nova presidência, Joel iniciou movimentações no local. Isso intensificou a insatisfação dos moradores, que enxergam a ação como uma invasão ao patrimônio comunitário.

“Eles estão com razão de estarem revoltados. Isso aí é uma invasão. Eu segurei a situação até aqui. Zelamos por essa área. Não sei quem da prefeitura o autorizou a intervir no terreno, mas os moradores reclamam porque é uma parte que está sendo tirada da associação”, afirmou Tercio.

Comunidade vai protestar - Diante do impasse, moradores vão se unir para contestar o empreendimento. A comunidade prepara uma manifestação e organiza um abaixo-assinado para ser encaminhado às autoridades pedindo a suspensão de qualquer autorização concedida ao empresário até que a situação seja esclarecida.

O ato deve apoiar a nova diretoria eleita da associação que pretende revitalizar toda a área e ampliar serviços comunitários.

Procurada pela reportagem, a prefeitura de Campo Grande ainda não se manifestou oficialmente sobre a autorização mencionada pelo empresário.

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