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Cidades

MS tem o 2º maior percentual de moradores de favelas em áreas arborizadas

Estudo revela que arborização não melhora a qualidade de vida de quem mora em barracos, mas se torna ameaça

Por Kamila Alcântara | 05/12/2025 13:47
MS tem o 2º maior percentual de moradores de favelas em áreas arborizadas
Barracos da Cidade dos Anjos, no Parque do Lageado, são rodeados de leucenas (Foto: Marcos Maluf)

Nesta sexta-feira (5), o IBGE divulgou um estudo que coloca Mato Grosso do Sul como o segundo estado brasileiro com o maior percentual de moradores de favelas e comunidades vivendo em áreas arborizadas. De acordo com os dados, 76,9% dos moradores dessas localidades no estado, um total de 12.512 pessoas, residem próximos a áreas arborizadas.

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Mato Grosso do Sul ocupa a segunda posição entre os estados brasileiros com maior percentual de moradores de favelas em áreas arborizadas, segundo estudo divulgado pelo IBGE. Os dados revelam que 76,9% dos residentes dessas comunidades, totalizando 12.512 pessoas, vivem próximos a áreas com árvores.Apesar da arborização geralmente ser associada à qualidade de vida, moradores de comunidades vulneráveis enfrentam riscos constantes. Na Comunidade Cidade dos Anjos, em Campo Grande, famílias convivem com o medo da queda de árvores durante temporadas de chuva, situação agravada pela falta de manutenção preventiva nas áreas verdes.

 O estudo também destacou que, entre os estados, apenas o Tocantins possui um índice superior, com 80,1%. Embora a arborização nas cidades seja, em geral, associada à melhoria da qualidade de vida, o levantamento não deixa de revelar uma realidade paradoxal para quem vive em áreas mais vulneráveis.

Na prática, para as famílias que residem em barracos nas regiões arborizadas, a convivência com as árvores tem se mostrado uma constante ameaça. Os moradores da Comunidade Cidade dos Anjos, no Bairro Parque Lageado, em Campo Grande, exemplificam a situação descrita no estudo.

A cada temporada de chuvas, o medo da queda de árvores plantadas nas vias públicas toma conta das famílias, que convivem com a angústia de ver a segurança de suas casas comprometida a cada ventania mais forte.

MS tem o 2º maior percentual de moradores de favelas em áreas arborizadas
Leucena arrancada pela ventania destruiu moradia improvisada em comunidade (Foto: Marcos Maluf)

As histórias de Beatriz Martins dos Santos, Tarsilla Eimori e Gleiciane Garrido são apenas algumas das muitas vividas por quem mora em barracos em áreas arborizadas, como o estudo do IBGE aponta. No verão, uma árvore caiu sobre um dos barracos, forçando as famílias a se abrigarem em casas de amigos e parentes, enquanto o medo de novos acidentes continua a assolar a comunidade. "A cada ventinho, é um desespero", relatou Tarsilla ao Campo Grande News na época.

Apesar de a presença das árvores melhorar os índices de arborização no estado, para essas famílias, a falta de manutenção e a ausência de medidas preventivas são fatores que aumentam o risco a cada nova chuva. De acordo com Gleiciane, “No ano passado, precisei colocar meus filhos dentro do guarda-roupa para protegê-los. O medo é sempre o mesmo e a sensação de abandono também.”

O estudo do IBGE destaca que, apesar do alto índice de arborização nas favelas e comunidades de MS, o percentual de arborização nessas áreas continua sendo inferior ao das regiões mais estruturadas das cidades.

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