ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Morte de Mayara deve ser julgada como latrocínio, defende procuradora

Luis Alberto Bastos Barbosa está preso pelo assassinato há oito meses e alegou ter cometido o crime em um "ataque de raiva"

Geisy Garnes | 15/03/2018 18:10
Mayara Amaral foi morta em julho do ano passado (Foto: Arquivo Pessoal)
Mayara Amaral foi morta em julho do ano passado (Foto: Arquivo Pessoal)

A 1ª Procuradoria de Justiça Criminal de Mato Grosso do Sul defendeu que musicista Mayara Amaral foi vítima de latrocínio - roubo seguido de morte - e que por isso, o caso deve voltar a ser julgado pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Luis Alberto Bastos Barbosa está preso pelo assassinato há oito meses e desde então, uma “batalha” jurídica é travada para determinar a qualificação do crime.

Desde novembro do ano passado, quando o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, discordou do juiz da 4ª Vara Criminal e entendeu que a morte da musicista se tratava de um latrocínio, a decisão de onde o suspeito será julgado passou ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

No dia 5 de março deste ano, a procuradora Jaceguara Dantas da Silva se manifestou e defendeu que a morte de Mayara foi planejada e não resultado de um “ataque de fúria” como alegou Luís. O documento enviado aos dois juízes - da 4ª Vara Criminal de Campo Grande e da 2ª Vara do Tribunal do Júri - foi anexado ao processo na terça-feira (13).

Para a procuradora, Luís agiu de forma fria, meticulosamente calculada. “Tanto é que no dia seguinte após a morte da vítima Mayara Amaral, transportou o corpo desta até a região conhecida como "Inferninho", deixou-o no local e, por fim, ateou fogo no mesmo, levando consigo o produto do crime de latrocínio”, defendeu.

A procuradora ressaltou ainda que depois do crime, o suspeito procurou Anderson Sanches Pereira para vender o carro roubado de Mayara por R$ 1 mil, ficando com os outros pertences da vítima: um notebook, um celular, um violão, uma guitarra e um aparelho amplificador, avaliados em aproximadamente R$ 17.300,00.

“Esse quadro fático não reflete a conduta de uma pessoa tomada por ódio ao matar alguém de forma abrupta e indesejada, num ataque de fúria, mas descreve a atitude de alguém que matou outrem para roubar seus pertences”, escreveu. Jaceguara ainda defendeu que todo o depoimento de Luís se trata de “tese meramente defensiva”.

Por fim, a procuradoria defendeu que Luís deve ser julgado por latrocínio agravado pelo motivo torpe e contra mulher como quem mantinha relacionamento afetivo e não homicídio qualificado, e por isso se manifestou a favor de que o processo volte a 4ª Vara Criminal.

Luis está preso desde o crime no Instituto Penal de Campo Grande (Foto: Arquivo)
Luis está preso desde o crime no Instituto Penal de Campo Grande (Foto: Arquivo)

Entenda -Mayara foi morta a golpes de martelo em um motel na madrugada do dia 25 de julho, e teve o corpo abandonado e carbonizado em uma estrada vicinal na região do Inferninho, na saída de Campo Grande para Rochedo.

Luís está preso desde o dia 27 de julho quando foi surpreendido por equipes da Polícia Civil, e preso em flagrante pela morte da musicista de 27 anos. Na data, outros dois suspeitos de participação foram presos também, Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos e Anderson Sanches Pereira.

Após versões contraditórias, o suspeito acabou confessando que matou Mayara sozinho, durante uma discussão. Ele alegou ainda que estava sob efeito de drogas e teve um rompante de raiva.

Por conta disso, e pelas faltas de provas, o Tribunal de Justiça livrou Anderson e Ronaldo das acusações de envolvimento no assassinato.

Nos siga no Google Notícias